O DHPP não aceitou a versão da advogada de Maria, que afirmou que João Paulo não teria participado do crime e estaria dormindo no momento do assassinato.
" [...] Contra fatos não existe argumentos, o Ministério Público de Pedro II tem um material robusto para trabalhar e o juiz de direito para valorar e levar a pronúncia dos dois acusados que foi indiciado tanto a mãe quanto o filho. A mãe foi indiciada por coautoria e fraude processual, de onde foi criado um álibi dizendo que tinha sido uma mulher vendedora de roupa que entrou e matou a moça lá dentro do quarto. Depois uma pessoa diz que foi orientada a dizer pra quem perguntasse que o João Paulo estava dormindo no quarto dela e não no outro quarto... Tudo isso está apurado nos áudios [...]", afirmou Barêtta.
Em imagens simuladas pela Polícia Civil, João Paulo teria usado uma faca para golpear a irmã enquanto estava em pé ao lado dela enquanto a mãe estaria ao lado dele. Ferida, Izadora cai no chão ao lado da cama e morre.
Segundo a perícia, duas facas foram usadas no crime. Além do irmão e a mãe, outros familiares poderiam estar envolvidos diretamente no assassinato da advogada.
Além disso, o advogado que está representando a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Mauro Benício Júnior, afirmou que a mãe da advogada Izadora Santos Mourão, Maria Nerci, pagou o plano funerário da família após 10 meses de atraso, uma semana antes da filha ser assassinada dentro do quarto do irmão, o jornalista João Paulo Mourão.
Julgamento
O julgamento de Maria Nerci dos Santos Mourão demorou mais de 14 horas para chegar a uma conclusão, onde a réu foi condenada a 19 anos e 06 meses de prisão por assassinar a filha, a advogada Izadora Santos Mourão. O irmão de Izadora, João Paulo Santos Mourão, foi absolvido pelos jurados por 4 votos a 3.
A sessão foi presidida pelo juiz Diego Ricardo Melo de Almeida nesta quarta-feira (16), na Vara Criminal de Pedro II.
Foto: julgamento caso Izadora Mourão / Reprodução
Nesta quarta-feira (16), o promotor de Justiça Márcio Carcará, coordenador do Gaej (Grupo de Apoio aos Promotores de Justiça com Atuação no Tribunal do Júri), que atuou no julgamento, informou que irá recorrer da decisão. De acordo com o promotor, a absolvição de João Paulo é contrária à prova dos autos.
Em relação à pena de Maria Nerci, o promotor afirma que está abaixo do esperado. "São três qualificadoras e uma agravante, havendo pelo menos três circunstâncias judiciais, previstas no artigo 59, do CP, que não foram desvaloradas adequadamente, o que elevaria o patamar da pena", explicou.
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