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Mãe de Izadora Mourão é condenada a 19 anos de prisão; irmão é absolvido

A sessão ocorreu nesta quarta-feira (16), na Vara Criminal de Pedro II, e durou mais de 14 horas.

16 de março de 2022 às 23:16
4 min de leitura

O julgamento de Maria Nerci dos Santos Mourão demorou mais de 14horas para chegar à uma conclusão, onde a ré foi condenada a 19 anos e 06 meses de prisão por assassinar a filha, a advogada Izadora Santos Mourão. O irmão de Izadora, João Paulo Santos Mourão, foi absolvido pelos jurados por 4 votos a 3. A sessão foi presidida pelo juiz Diego Ricardo Melo de Almeida nesta quarta-feira (16), na Vara Criminal de Pedro II.

Durante o julgamento, ambos os réus deram suas versões do crime. No seu depoimento no fórum, a mãe de Izadora alegou que tinha uma relação turbulenta com a filha e que, no dia do assassinato, Izadora Mourão havia ameaçado ir ao banco para cancelar a aposentadoria da mãe.

“Ela chegou na nossa casa e me disse: ‘eu estou precisando de um dinheiro. Eu disse: ‘dinheiro pra quê?’, e ela disse que era para pagar umas prestações de um guarda-roupa ou um sofá, e eu disse: ‘não tenho dinheiro, porque o dinheiro que eu ganho tu sabe quanto é, a aposentadoria’. Aí ela disse, ela não me chamava de mãe, ela disse: ‘você é uma velha miserável, cardíaca, 70 anos, já tá bom de viajar’. Disse que dia 15 ia começar a tomar as providências dela, ia pegar a carteira dela da OAB, e ia lá no Bradesco cancelar minha aposentadoria. Eu disse ‘não faz isso não, de que é que eu vou viver?’, e ela disse: ‘não sei’”, afirmou Maria Nerci.

Mãe de Izadora Reprodução

Irmão de Izadora, João Paulo Santos Mourão, expôs durante seu depoimento,que no dia do crime soube somente da morte de sua irmã quando sua mãe, Maria Nérci, o acordou dizendo que Izadora estava morta.

“Nesse sábado eu fui deitar no quarto da minha mãe e por volta de 9h, fui acordado pela minha mãe e pela diarista, ambas estavam chorando e disseram que minha irmã estava morta, eu não entendi, pois estava meio sonolento e eu disse que era melhor chamar o SAMU e disseram para eu ir ver que ela estava morta, Me conduziram até a porta do meu quarto e eu vi aquela cena, que foi mostrada nos registros dos autos e eu fiquei em estado de choque, paralisado e sem saber o que fazer, sem saber como reagir para uma situação daquela. Fechei e abri meus olhos para ver se aquilo era realidade, se eu não estava tendo um pesadelo, mas infelizmente era realidade, era minha irmã que estava ali, com marcas de sangue no tórax e aparentemente já sem vida”, relatou.

Irmão de Izadora Reprodução

Além disso, João Paulo alegou que não tinha conhecimento de que o crime foi realizado por sua mãe e, afirmou que somente soube que a investigação apontou Maria Nérci quando estava já estava preso na Cadeia Pública de Altos.

Relembre o caso

No dia 13 de fevereiro de 2021, a advogada Izadora Mourão, 41 anos, foi encontrada sem vida em sua residência na cidade de Pedro II, região norte do Piauí. A vítima foi morta com pelo menos sete golpes de faca.

De acordo com o delegado Barêtta, coordenador do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), o crime de assassinato da advogada Izadora Mourão teria sido motivado por divisão de herança, avaliada em cerca de R$ 4 milhões, deixada pelo pai.

Os suspeitos do assassinatoeram a mãe, Maria Nerci, que havia assumido a culpa do crime e o irmão da vítima, João Paulo.

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