Caso Izadora Mourão: um ano de impunidade
Um ano atrás, advogada foi morta com onze golpes de faca em Pedro II.
Um ano sem Izadora, um ano de impunidade.
No dia 13 de fevereiro de 2021, a advogada Izadora Mourão foi encontrada sem vida em sua residência na cidade de Pedro II, região norte do Piauí. Os sinais eram de violência, e o motivo era um mistério.
Porém, o inquérito foi concluído vinte dias após a sua morte. Devemos dar esse mérito ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) por ter chegado a uma conclusão tão depressa. Mas, não podemos negar, que estava claro o que teria acontecido com Izadora.
As ameaças eram constantes. Dias antes de ser morta, Izadora recebeu um bilhete do seu irmão, que dava o seguinte recado "Cuide das suas coisas".
“Pare de criar confusão e se prejudicar. Cuide-se, esqueça a vida alheia, cuide bem dos seus filhos, procure organizar-se em sua vida. Lembre-se que temos uma mãe já de idade e um irmão especial para cuidarmos”, escreveu o irmão.
Bilhete escrito por João Paulo Mourão, irmão de Izadora.
Os amigos da vítima lembram que a mesma, sempre relatou desavenças e tensão no ambiente familiar. O que ninguém imaginava era que isso poderia levar a um assassinato.
Mas, por qual razão havia tantos conflitos?
Segundo a investigação, as desavenças da família se davam por conta de uma herança avaliada em R$ 4 milhões em terrenos,casas e outros bens que haviam sido deixados pelo pai da vítima.
Houve a venda um imóvel, no qual Izadora foi requisitar a sua parte. Foi a partir daí que o irmão João Paulo Mourão e a mãe Maria Nercí começaram a planejar o assassinato da jovem.
Foram onze facadas desferidas contra ela, sem chance de defesa.
A advogada foi encontrada desacordada pela sua mãe, que ao invés de tentar socorrê-la, imediatamente ligou para a empregada doméstica casa para combinar o que seria dito a polícia. Dona Maria Nercí até tentou assumir a autoria do crime, visando que por ter mais de 70 anos, teria a pena reduzida por conta da idade, porém, a farsa não durou muito tempo.
Dona Maria Nercí e João Paulo Mourão.
no dia 22 de julho de 2021, João Paulo Mourão e Maria Nerci, irmão e mãe de Izadora Mourão foram indiciados por homícidio triplamente qualificado e fraude processual, e de acordo com a determinação da Justiça de Pedro II,deveriam ser julgados pelo Tribunal Popular do Jurí.
Porém, até hoje o julgamento não ocorreu.
O júri estava marcado para o dia quinze de fevereiro, mas foi remarcado para o dia 16 de março. A justificativa para o adiamento seria a alta no número casos de Covid-19 recentes, que resultou no afastamento dos magistrados.
Infelizmente, para aqueles que amam Izadora, só resta lutar para que a justiça não deixe de ser feita e não deixarem a sua memória ser apagada.
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