Thiago Trindade

Caso Izadora Mourão: um ano de impunidade

Um ano atrás, advogada foi morta com onze golpes de faca em Pedro II.

15 de fevereiro de 2022 às 13:22
4 min de leitura

Um ano sem Izadora, um ano de impunidade.

No dia 13 de fevereiro de 2021, a advogada Izadora Mourão foi encontrada sem vida em sua residência na cidade de Pedro II, região norte do Piauí. Os sinais eram de violência, e o motivo era um mistério.

Porém, o inquérito foi concluído vinte dias após a sua morte. Devemos dar esse mérito ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) por ter chegado a uma conclusão tão depressa. Mas, não podemos negar, que estava claro o que teria acontecido com Izadora.

As ameaças eram constantes. Dias antes de ser morta, Izadora recebeu um bilhete do seu irmão, que dava o seguinte recado "Cuide das suas coisas".

“Pare de criar confusão e se prejudicar. Cuide-se, esqueça a vida alheia, cuide bem dos seus filhos, procure organizar-se em sua vida. Lembre-se que temos uma mãe já de idade e um irmão especial para cuidarmos”, escreveu o irmão.

Bilhete escrito por João Paulo Mourão, irmão de Izadora.

Os amigos da vítima lembram que a mesma, sempre relatou desavenças e tensão no ambiente familiar. O que ninguém imaginava era que isso poderia levar a um assassinato.

Mas, por qual razão havia tantos conflitos?

Segundo a investigação, as desavenças da família se davam por conta de uma herança avaliada em R$ 4 milhões em terrenos,casas e outros bens que haviam sido deixados pelo pai da vítima.

Houve a venda um imóvel, no qual Izadora foi requisitar a sua parte. Foi a partir daí que o irmão João Paulo Mourão e a mãe Maria Nercí começaram a planejar o assassinato da jovem.

Foram onze facadas desferidas contra ela, sem chance de defesa.

A advogada foi encontrada desacordada pela sua mãe, que ao invés de tentar socorrê-la, imediatamente ligou para a empregada doméstica casa para combinar o que seria dito a polícia. Dona Maria Nercí até tentou assumir a autoria do crime, visando que por ter mais de 70 anos, teria a pena reduzida por conta da idade, porém, a farsa não durou muito tempo.

Dona Maria Nercí e João Paulo Mourão.

no dia 22 de julho de 2021, João Paulo Mourão e Maria Nerci, irmão e mãe de Izadora Mourão foram indiciados por homícidio triplamente qualificado e fraude processual, e de acordo com a determinação da Justiça de Pedro II,deveriam ser julgados pelo Tribunal Popular do Jurí.

Porém, até hoje o julgamento não ocorreu.

O júri estava marcado para o dia quinze de fevereiro, mas foi remarcado para o dia 16 de março. A justificativa para o adiamento seria a alta no número casos de Covid-19 recentes, que resultou no afastamento dos magistrados.

Infelizmente, para aqueles que amam Izadora, só resta lutar para que a justiça não deixe de ser feita e não deixarem a sua memória ser apagada.


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