Gestos importam, mas não são cruciais
Dr Pessoa tem surpreendido eleitores no início de mandato mas precisa fazer gestão eficiente.
Em quase todo início de administração, alguns gestores chamam atenção por determinados gestos que adotam para causar impacto ou provocar uma repercussão. Muitos são positivos e bem recebidos pela maioria da população.
Em Teresina, o novo prefeito Dr. Pessoa (MDB) foi de carro aberto para a Prefeitura no primeiro dia útil do seu governo. Percorreu ruas da capital em um carro popular modelo Strada, ano 2015, de propriedade dele mesmo. É o carro que Pessoa tem usado nesses últimos anos. Trata-se de um gesto para mostrar simplicidade, desprendimento do luxo, da pompa e do status de poder, características tão comuns a gestores públicos.
O gesto de Dr. Pessoa, que reconhecidamente nunca foi de luxo ou de riqueza, é, de certo modo, interessante. Porém, não será o comportamento simples e desprendido que vai ser decisivo na hora de se avaliar sua gestão.
Mais do que adotar comportamentos "do povão", é necessário ser um gestor eficiente, realizador e que consiga dar resolutividade aos problemas da cidade. De nada vai adiantar ser um gestor com características simples se a gestão não funcionar.
Se Dr. Pessoa decepcionar os teresinenses, ninguém levará em conta o fato dele ter chegado à Prefeitura em carro aberto ou qualquer outro ato de simplicidade semelhante. Se a administração dele não der conta do recado, o jeito simples não irá compensar.
Em política, devemos, sim, condenar o luxo, a pompa, os eventos finos longe da realidade das pessoas e o extravio com regalias. No entanto, o que vale no final da história é a qualidade da gestão. Os gestos até importam, mas não são eles que definem um bom gestor.