PF cumpre mandado de busca no gabinete do deputado Júnior Mano do Ceará
Ordens judiciais foram autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e estão sendo cumpridas em Brasília e em cinco cidades do Ceará.
A Polícia Federal realizou nesta terça-feira (08) 15 mandados de busca e apreensão como parte de uma investigação sobre um suposto esquema de desvio de recursos públicos por meio de fraudes em licitações e contratos.
PF cumpre mandado de busca no gabinete do deputado Júnior Mano do Ceará - Foto: Reprodução
Um dos alvos da operação é o deputado federal Júnior Mano (PSB-CE), que teve seu gabinete na Câmara dos Deputados vistoriado.
As ordens judiciais foram autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e estão sendo cumpridas em Brasília e em cinco cidades do Ceará: Fortaleza, Nova Russas, Eusébio, Canindé e Baixio.
Segundo a Polícia Federal, o grupo investigado é suspeito de direcionar verbas públicas a determinados municípios cearenses em troca de vantagens financeiras ilícitas, além de manipular processos licitatórios por meio de empresas ligadas ao esquema.
PF cumpre mandado de busca no gabinete do deputado Júnior Mano do Ceará - Foto: Reprodução
O STF também determinou o bloqueio de R$ 54,6 milhões em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas ligadas à investigação.
Entre os crimes apurados estão organização criminosa, compra de votos, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica com finalidade eleitoral.
Quem é Júnior Mano
O deputado Júnior Mano (PSB-CE)está em seu segundo mandato na Câmara dos Deputados.
Ele foi eleito pela primeira vez em 2018 e reeleito em 2022.
Antes, em 2016, iniciou sua carreira como político ao ser eleito como vice-prefeito na cidade de Nova Russas.
A PF cumpre parte dos mandados na cidade onde ele foi vice-prefeito. As outras medidas são cumpridas nas cidades de Fortaleza, Eusébio, Canindé e Baixio.
Em 2021, o parlamentar chegou a ser declarado inelegível pelo Tribunal Regional Federal do Ceará por abuso de poder político no pleito de 2020. A decisão, no entanto, foi derrubada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O parlamentar era filiado ao PL (Partido Liberal), mas foi expulso em 2024 após ter atuado na campanha do candidato petista Evandro Leitão à Prefeitura de Fortaleza.
Leitão concorreu com André Fernandes, nome do PL que disputava a capital cearense.
O caso do deputado chegou ao STF após a Polícia Federal encontrar indícios de que o parlamentar estaria "diretamente envolvido no desvio de emendas parlamentares, utilizadas para alimentar o esquema de (compra de votos) e consolidar sua base de apoio político".
Antes da operação de hoje, batizada de Underhand, a PF no Ceará já havia realizado duas ações para avançar na apuração do caso, a Mercado Cláusula e a Vis Occulta.
A apuração apontou para um esquema envolve prefeituras que recebiam valores de emendas.
O deputado Júnior Mano apareceu no caso após a prefeita da cidade de Canindé denunciar um aliado do parlamentar durante a campanha eleitoral de 2022.
Com informações do Metrópoles