Polícia

Operação Prodígio: traição amorosa motivou denúncia e prints mostram como 'clientes' agiam

Grupo descobriu como fraudar os empréstimos bancários por meio das ofertas de aplicativos.

06 de setembro de 2023 às 10:44
6 min de leitura

Ainda causa espanto o volume de dinheiro movimentado pela quadrilha desarticulada, nesta terça-feira (05/09), pela polícia do Piauí na operação “Prodígio”, Foram cerca de R$ 19 milhões.

Esposa denunciou agressões - Foto: Reprodução

Maior parte desse valor ficou com Anderson Ranchel, apontado como o líder do grupo e que, até pouco tempo, era apenas um motorista de aplicativo. Mas, nas redes sociais exibe fotos de vários países diferentes visitados, só para os Estados Unidos foram dez viagens.

Conforme as investigações, que duraram mais de um ano, o grupo, que ainda tinha mais três pessoas como líderes, identificadas como Washington Taise e Marcelo Cristian, descobriram como fraudar empréstimos bancários por meio das ofertas de aplicativos.

Operação “Prodígio”: conversas - Foto: Reprodução

Depois, foi só arregimentar outras pessoas para também pedir empréstimos, sob o acordo de repasse de uma cota valor ou percentual do montante que caia na conta.

"Tudo começou aqui no Piauí quando o líder da quadrilha, o Rachel, verificou que era possível faze os empréstimos via remoto, mesmo, mentindo a faixa salarial e profissão. Ele descobriu como enganar o algoritmo que julga o motor de crédito do banco”, explicou o delegado Anchieta Nery, que esteve a frente da operação, acrescentando que o limite dele chegou ao topo e para continuar tinha que ter mais pessoas fazendo. “Então, foi ai que ele foi as ruas cooptar novos ‘clientes’ para o banco”, destacou.

Operação “Prodígio”: conversas - Foto: Reprodução

Nesses prints de conversar pelas redes sociais, conseguido pela Lupa1,e que estão no conjunto das investigações, é possível identificar as pessoas, arregimentadas para pedir empréstimos, dizendo o que já fizeram, o que falta fazer e ainda comentando que vão fazer o repasse do percentual dos líderes da quadrilha, logo que o bando aceitar e o valor cair na conta. “Geralmente, eles buscavam jovens, com nome limpo, mas com interesse num ganho de dinheiro fácil”, pontuou o delegado.

Ao todo, trinta mandados de prisão e mais de vinte de busca e apreensão foram cumpridos, durante toda a terça-feira, em teresina e em outras três cidades do Estado. A operação, chamada de prodígio, investigou fraudes bancárias onde os criminosos aliciavam pessoas para abrir contas bancárias com dados falsos e simulavam uma série de transações bancárias para que o banco aumentasse o limite de crédito.

Operação “Prodígio”: conversas - Foto: Reprodução

“Quando o grupo acreditava ter atingido o máximo de limite de crédito, parava de fazer os pagamentos. Era o que eles chamavam de ‘tombar’ o banco, nas conversas que flagramos nos celulares”, acrescentou Nery.

A operação continua e outras 120 pessoas, que foram cooptadas a fazerem as transações, serão investigadas e chamadas, posteriormente, a falarem no inquérito e podem até vir a responder criminalmente. “Tudo está sendo analisado”, finalizou.

Destacando, que as investigações já estavam acontecendo, segundo delegado. Porém, foi reforçada e acelerada após a companheira do líder da quadrilha, que não teve o nome revelado, ter tido sido vítima de violência doméstica, após ter discutido com Ranchel por uma possível traição.

Operação “Prodígio”: conversas - Foto: Reprodução

“Ela foi a agência bancária, não a delegacia, e perguntou ao gerente se essas operações que o marido fazia era legal. Então, o gerente da agencia nos acionou”, revelou.

Para levantar o dinheiro das contas da instituição financeira, o núcleo financeiro da associação criminosa se valia de empresas fantasmas e meios de pagamento diversos (cartão de crédito, boleto bancário) que envolvem múltiplas empresas do sistema financeiro. Tudo para dificultar a ação de investigação policial.

Operação “Prodígio”: conversas - Foto: Reprodução

“O nome da operação ‘Prodígio’ faz referência ao fato de que alguns dos investigados, bastante jovens, com idade entre 19 e 21 anos, se apresentavam ao banco como médicos, até mesmo já com residência médica concluída.

Algo bastante improvável. Outros apresentavam-se como engenheiros, com a mesma idade”, informou ao Diretor de Inteligência da SSP-PI, Anchiêta Nery.

Todo o trabalho iniciou após notícia de crime apresentada pela Diretoria de Segurança do banco, que detectou a fraude e acionou a Polícia Civil do Piauí. Ao final do Inquérito Policial a PCPI compartilhará provas com outros Estado e novas prisões podem ocorrer.

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