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CRISE DA PREFEITURA: O rombo da Prefeitura tem vários culpados e o povo recebe o castigo

Se existe um rombo anunciado de 3 bilhões de reais, a prefeitura e o atual prefeito precisam demonstrar claramente a origem desse débito

08 de maio de 2025 às 00:29
11 min de leitura

Teresina tem graves dificuldades e a mudança de gestão, na virada de ano, não trouxe melhoras significativas para a população. A rigor, quase nada mudou. Há quem diga que somente foram trocadas as coleiras de lugar. O que pode ser um exagero, parece ser o meio termo entre o desastre de antes e o descaso de agora. Silvio está devendo, e deve muito, começando por explicações claras e convincentes para os teresinenses.

Prefeito de Teresina, Silvio Mendes - Foto: Lupa1


Se existe um rombo anunciado de 3 bilhões de reais, a prefeitura e o atual prefeito precisam demonstrar claramente a origem desse débito, dizer onde estão os erros e as eventuais falcatruas, identificando culpados e apontando objetivamente as irregularidades. Não basta dizer toscamente que toda a culpa cabe no ex-prefeito Dr. Pessoa, porque se torna evidente que história é bem mais imunda que admitem alguns dos que hoje posam de vestais da seriedade e moralidade administrativa, mesmo sendo parceiros da ruína ou cúmplices dos desmandos de antes.

Ex-prefeito Dr. Pessoa - Foto: TV Lupa1/ Fábio Wellington


A rigor, existem situações gravíssimas que não têm explicações públicas, e Sílvio Mendes precisa urgentemente trazer à tona os dados da transição entre a gestão anterior e a atual.


Afinal, existiu uma comissão instituída pelo prefeito Dr. Pessoa, que tinha como chefe da equipe o ex-secretário de Planejamento João Henrique Sousa; e, pelo lado de Silvio, o hoje secretário de governo e vice-prefeito, Jeová Alencar.

Qiem pode responder a essas perguntas?

Quais os resultados desse trabalho?


As conclusões de dezembro são as mesmas de agora?
Quais fatos novos foram trazidos pela atual equipe de Silvio?

Quem afirmou no Relatório dados que agora não se confirmam?
Houve sonegação deliberada de informações da PMT?

Na mesma linha: onde está esse relatório das equipes de transição?

Por que a população não foi inteirada desses dados, e por que não se tem notícias concretas do que foram os desmandos anunciados, em cada uma das secretarias?

Onde estão as cópias dos relatórios do Tribunal de Contas, ou da Controladora do Município, que digam respeito a essas dívidas bilionárias, advindas do ano anterior?

É verdadeiro que todas essas dívidas foram acumuladas somente no último ano do gestor que saiu?

Existem dívidas de exercícios anteriores, inclusive de gestões anteriores, que não foram quitadas?

Quanto é a dívida real do município de Teresina com os bancos oficiais e bancos privados?

Quanto deve a terceirizados, aos organismos de previdência, e a fornecedores em geral?

Qual o volume de recursos dispensado para a cidade através dos repasses institucionais e de emendas parlamentares?

Quanto cada político colocou em Teresina, especificando cada uma de suas rubricas?

Quanto foi a dívida pública deixada pelo ex-prefeito Firmino?

Quanto foi o valor recebido em caixa por Dr. Pessoa?

Quanto foi o dinheiro deixado por Dr. Pessoa para Silvio Mendes?

São perguntas óbvias que precisam de respostas urgentes, para que a população possa perfeitamente entender o que aconteceu e o que se passa na administração de Teresina. Dados públicos mostram que a PMT já arrecadou, em quatro meses, 1,6 bilhão de reais, em impostos. Os mesmos dados públicos demonstram que a folha de pagamentos do município se situa na ordem de 135 milhões de reais, números expressivos, que podem ser enxugados com a retiradas de ociosos e fantasmas que teimam em realizar dispêndio na folha de pagamentos de Teresina, somente por caprichos ou interesses menores de chefes e chefetes, inclusive para apadrinhamento de parentes de autoridades de gestões anteriores.

Silvio Mendes e Dr. Pessoa


São problemas gravíssimos, porque estudos de auditores em finanças municipais dizem que a FMS, por exemplo, se sustenta em equilíbrio financeiro com uma despesa de até 77 milhões de reais mensais, mas continua custando mais de 82 milhões ao mês, porque muitos dos protegidos de vereadores continuam como terceirizados desnecessários, ocupando lugares naquela fundação - e também na secretaria de Educação, dentre outras. O que deve ser feito? Uma varredura indiscriminada, olhando para as necessidades de cada teresinense, e jamais pelo aconchego dos donos do poder.

Dr. Pessoa administrou a cidade através de ilhas isoladas, onde cada secretário tinha poderes infinitos, agindo perigosamente e sem prestar contas com o prefeito e muito menos com a população de Teresina.

Isto tanto é verdadeiro que o prefeito Dr. Pessoa elegeu sete vereadores, que somaram, com os suplentes, mais de 105.000 votos, sendo que Dr. Pessoa mal chegou em 10.000 votos, demonstrando descompasso gritante entre os efeitos de sua desastrada gestão e os comandantes de seu governo, que se aproveitaram bem da máquina pública para benefícios pessoais, como se comprova, por exemplo, nessa questão detectada pelo Tribunal de Contas do Estado, de que 97 por cento das cestas básicas não chegaram ao seu destino, sendo que as cestas eram distribuídas por candidatos a vereador, que, para se aproveitarem do benefício eleitoreiro, entregavam-nas para eleitores, fazendo-as de suas, quando eram do município, o que exigia a prestação de contas para as entregas, através de recibos.

Sílvio Mendes e Jeová Alencar - Foto: Reprodução



São detalhes relevantes que demonstram uma discrepância abissal entre o que é certo e o que é errado, e qualquer setor da prefeitura traz vivos inúmeros problemas que decerto serão objeto de longo debate dos articulistas, e ainda uma mais longeva depuração, por parte dos organismos próprios de investigação.

Há quem diga que é chegada a hora de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) investigar todos os desmandos da administração que terminou em dezembro de 2024, mas também se diz que não interessa a Silvio Mendes revolver os problemas do passado, porque podem respingar em muitos dos seus atuais assessores, inclusive o vice-prefeito e secretário de governo, que foi um dos proeminentes beneficiários e autores de proezas na gestão de Dr. Pessoa, sendo responsável direto por quase 70 por cento da execução do programa de asfaltamento da cidade.

A verdade é que existem problemas gravíssimos para a cidade de Teresina que precisam não apenas de explicação, mas de uma mudança de critérios, para que haja uma adequação entre a necessidade do teresinense e a vontade política dos seus dirigentes.

ATENTEM A ESSE DETALHE:

Existem episódios mal explicados, como a famigerada lei de aumento do IPTU do ano de 2024, que teria sido assinada por Dr. Pessoa quando já não estava no cargo, e que foi objeto de recuo do atual prefeito na cobrança do aumento para este ano. Se o que Dr. Pessoa afirma é verdadeiro, e o documento publicado é falso, isto significa dizer que a lei não existe, nem mesmo para o próximo ano, e teria que ser votada outra vez na CMT, para passar a ter validade.

Mas isto ainda não explica, e muito menos esclarece as circunstâncias nebulosas desse procedimento de publicação no Diário Oficial do município de fatos de 2025 como se de 2024 fossem, exigindo a apuração da ilegalidade, identificação dos culpados, e depuração dos malfeitos, em que cada um responda pelos atos que praticou. Será que a atual equipe de administradores da prefeitura de Teresina está preparada para isto? O povo quer saber, porque o drama que ronda a todos diz respeito exatamente ao caos institucionalizado do entorno do gabinete do prefeito.

Pelo visto, as mudanças foram tão pequenas, de dezembro para cá, que há quem diga que as ilhas de poder de antes continuam existindo agora, e as dívidas anunciadas são apenas o pano de fundo para que as compras sem licitação continuem acontecendo, sob o caráter e modelo emergencial, sem a livre disputa, a livre concorrência, e o verdadeiro embate pelo menor preço. Com a palavra, o Tribunal de contas, e os demais órgãos de investigação, como Ministério Público Estadual e as polícias estadual e federal.


Ou será que vai ficar tudo isso apenas na conversa e no debate estéril de Dr. Pessoa e Silvio Mendes, um acusando o outro, sem nenhum dado específico que permita o julgamento isento do povo que a tudo assiste e tudo tem o direito de saber?

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