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EDITORIAL: Francisco largou a mão de quem lhe deu pés e braços. E é Parnaíba quem vai pagar o preço

Se não foi traição, do que podemos chamar o que Francisco fez com Mão Santa, aquele que lhe estendeu a mão amiga, quando ele não era ninguém?

30 de abril de 2025 às 15:37
4 min de leitura

EDITORIAL LUPA1

A questão está acima da política partidária.

A discussão começa e termina no campo da moral e do caráter.

Francisco Emanuel foi o escolhido para ser o candidato de Mão Santa a prefeito de Parnaíba e assim ele foi apresentado a população. Se houve méritos do jovem engenheiro, sem qualquer experiência que lhe justificasse a escolha, o mérito estava na fidelidade demonstrada ao longo de alguns anos, onde Mão Santa enxergou ser alguém capaz de dar seguimento ao modelo de gestão que ele havia empreendido e que estava aprovado por mais de 80% dos moradores da cidade.

Francisco e Francisco. Onde tudo mudou?

Francisco cumpriu todo o script para se tornar o alvo preferencial do líder maior e de todos os que o cercavam, mas hoje é possível concluir que ele premeditou a decisão que viria a tomar com poucos dias de novo governo.

Prefeito Mão Santa e Francisco Emanuel - Foto: Reprodução

Muitos podem afirmar que foi a melhor decisão, pois tendem a ficar ao lado de quem está com o poder legal de decidir, no caso, Francisco, mas mesmo esses esquecem que não se trata de uma decisão simples. Se Francisco tinha observações a fazer, se tinha exigências e se buscava se desvencilhar de algum eventual aprisionamento, se foi pressionado a algo, teria que ter tido a maturidade, a resiliência e o senso correto do dever público de resolver essas questões internamente, de forma gradual, se impando pelos próprios méritos e pela maturação natural do seu mandato, mês a mês.

Foi infantil, precipitado e vaidoso ao extremo. Não calculou as consequências do ato. Foi picado pela mosca azul, influenciado por familiares gananciosos e, certamente, instigado por políticos adversários de Mão Santa, a tomar a infeliz decisão.

Francisco não traiu Gracinha, nem Adalgisa. Francisco traiu Mão Santa e, por consequência, traiu a maioria dos parnaibanos. Se vai fazer uma boa ou má gestão, ao final, só o tempo dirá.

Reparemos que Mão Santa não se pronuncia. Esse é o silêncio que mais grita. As falas da deputada Gracinha são a expressão verbal de uma indignação que ecoa em muitos corações, mas que certamente dói muito mais no de Mão Santa.

As gestões de Mão Santa certamente não foram perfeitas. Houve falhas, mas ele jamais chegaria ao nível de aprovação que chegou (mais de 80%) se não tivesse acertado mais que errado. Era nesse suporte que Francisco deveria se manter apoiado. Com essa garantia, se afirmando paulatinamente, não haveria risco de erro ou descaminho. A opção foi seguir sozinho, se desvencilhar imediatamente da marca de “pupilo”, fazer voo solo e se catapultar ao posto de “nova liderança”. A aposta foi alta e cobrará os dividendos. Em algum momento; passada a euforia do hoje, o ex-novo Francisco verá que foi tudo desnecessário e que ele poderia seguir sua caminhada, sempre ascendente, construindo sua imagem política própria, sem ter que carregar, junto a isso, a imagem de traidor, normalmente muito difícil de ser apagada.

Que Deus abençoe Parnaíba!

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