Em meio a crise com o Congresso, governo libera R$ 2,5 bilhões em emendas
Com esse valor, o total empenhado no ano chega a R$ 5,6 bilhões, de um montante previsto de R$ 50 bilhões para 2025.
O governo federal liberou R$ 2,5 bilhões em emendas parlamentares impositivas nesta semana, em meio a uma crescente tensão com o Congresso Nacional.
Com esse valor, o total empenhado no ano chega a R$ 5,6 bilhões, de um montante previsto de R$ 50 bilhões para 2025. Os dados são do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop), do Ministério do Planejamento e Orçamento.
A liberação ocorre após a derrubada, pelo Congresso, de um decreto presidencial que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o que gerou forte reação do governo.
A maior parte das emendas empenhadas nesta semana foi destinada a parlamentares de partidos do Centrão, que receberam R$ 1,4 bilhão — 56% do total.
O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi o que mais recebeu recursos: R$ 410 milhões apenas nesta semana, acumulando R$ 930 milhões no ano. O valor é cerca de 33% superior ao destinado ao PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Até agora, apenas 11,1% das emendas previstas no orçamento de 2025 foram empenhadas, e 3% efetivamente pagas. Isso deixa um saldo de R$ 41,6 bilhões ainda não executados.
A maioria dos recursos liberados refere-se a emendas individuais, que são de pagamento obrigatório. Não houve empenho de emendas de comissão, modelo suspenso por decisão do STF desde 2023 por falta de transparência.
Distribuição dos recursos
Dos 8.555 pedidos de emenda apresentados em 2025:
- 1.945 foram empenhados
- 648 liquidados
- 573 pagos
Na última semana, 435 emendas foram empenhadas e 81 pagas. O valor médio das emendas empenhadas foi de R$ 5,7 milhões; as pagas, R$ 7,9 milhões.
Parlamentares com maiores valores empenhados na semana:
Deputados
- Misael Varella (PSD-MG): R$ 20 milhões
- Saullo Vianna (União-AM): R$ 19 milhões
- Weliton Prado (Solidariedade-MG): R$ 18,5 milhões
Senadores
- Jorge Kajuru (PSB-GO): R$ 29,4 milhões
- Damares Alves (Republicanos-DF): R$ 20,4 milhões
- Rodrigo Cunha (Solidariedade-AL): R$ 19,5 milhões
Maiores valores pagos no ano:
- Eduardo Braga (MDB-AM): R$ 39,5 milhões
- Omar Aziz (PSD-AM): R$ 23,8 milhões
- Davi Alcolumbre (União-AP): R$ 23,5 milhões