Brasil

Presidente dos Correios pede demissão após estatal registrar prejuízo recorde

Saída de Fabiano ocorreu sob pressão do governo federal, especialmente do ministro da Casa Civil, Rui Costa.

04 de julho de 2025 às 21:35
2 min de leitura

O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, pediu demissão do cargo nesta sexta-feira (4), em meio a uma grave crise financeira na estatal. Em 2024, os Correios fecharam o ano com um prejuízo de R$ 2,6 bilhões, valor quatro vezes superior ao registrado em 2023, quando o déficit foi de R$ 633 milhões. Somente no primeiro trimestre de 2025, o saldo negativo já atingiu R$ 1,7 bilhão.

Fabiano Silva dos Santos - Foto: Agência Brasil

A saída de Fabiano ocorreu sob pressão do governo federal, especialmente do ministro da Casa Civil, Rui Costa, que cobrava a adoção imediata de um plano de reestruturação para conter o rombo nas contas da empresa.

A presidência dos Correios é considerada um cargo estratégico e vinha sendo alvo de disputa política. O União Brasil, partido que comanda o Ministério das Comunicações, pleiteia o controle da estatal desde 2023. Atualmente, o ministério é chefiado por Frederico de Siqueira Filho, nome com respaldo técnico indicado pela sigla.

Após a divulgação do balanço de 2024, a direção dos Correios atribuiu parte do resultado negativo à chamada "taxa das blusinhas", que impôs uma cobrança sobre compras internacionais de baixo valor, principalmente remessas da China. A medida, segundo a empresa, reduziu significativamente o volume de pacotes internacionais transportados pela estatal.

Apesar dos sucessivos prejuízos e do aumento nas críticas de sindicatos e servidores, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não havia demitido Fabiano Silva dos Santos até então. A expectativa agora é que o governo federal ceda à pressão do União Brasil e entregue ao partido o comando da estatal.

A legenda, que também abriga o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (AP), busca ampliar sua influência na administração pública federal e já indicou interesse em assumir cargos estratégicos no segundo escalão do governo.

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