Não foi só uma cadeirada. Foi um sinal de alerta
A agressão entres os candidatos Datena e Pablo Marçal revelou o "vale-tudo" implantado na política brasileira.
Não se fala em outra coisa a não ser no desentendimento entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, José Luiz Datena e Pablo Marçal, no debate desse domingo, na TV Cultura. A briga resultou em uma cadeirada de Datena em Marçal, que tomou conta dos debates em todas as mídias.
As provocações estão acontecendo desde o início da disputa pela cadeira de prefeito da cidade mais importante do país e todos já podiam prever que, uma hora ou outra, isso poderia acontecer. Se por um lado, Pablo Marçal desferia “cutucadas” constantes contra seus adversários, mexendo com o psicológico de todos, por outro, Datena já havia demonstrado que não teria controle para sair ileso a essas provocações.
Esse episódio chama a atenção por dois aspectos:
Primeiro: O respeito e a civilidade entre oponentes na política brasileira já não existem. A campanha eleitoral virou um verdadeiro circo em que parte dos espectadores segue atenta, repercutindo nas redes sociais e esperando o próximo nível desse ringue.
Segundo: A busca contante por cortes para as redes sociais cria uma cortina de fumaça para assuntos como as queimadas que atingem grande parte do país e que tem foco em São Paulo, as ações em prol de usuários que povoam a Cracolândia e as soluções para a mobilidade urbana em uma cidade tomada pelos engarrafamentos que obrigam a população a realizar rodízios de veículos. Nada disso entra na Paula dos debates.
Mas existe outro aspecto que chama atenção. A falta de posicionamento da Justiça Eleitoral. A manutenção das campanhas de Datena e Marçal mostram que o pleito eleitoral se tornou um vale-tudo onde qualquer estratégia pode ser aplicada, mesmo que isso resulte até em pancadas e cadeiradas. Além do episódio em São Paulo, tivemos a cabeçada de Dr. Pessoa ao candidato Francinaldo Leão, também em um debate, no Piauí.
Seria a hora do Tribunal Superior Eleitoral se posicionar para definir limites e mostrar que, por mais que se tenha que respeitar o estado democrático direito, as regras existem para serem obedecidas.
Ou, lamentavelmente esperar para que, no lugar de costelas, pescoços sejam quebrados. Fica a reflexão.
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