Centro do Poder

Em meio à insatisfação com Lula, Solidariedade discute federação com PSDB

Presidente estadual do partido, que faz parte da base do governador Rafael Fonteles, diz que aguarda diálogo com a executiva nacional.

08 de maio de 2024 às 15:07
4 min de leitura

Os bastidores da política em Brasília voltam a se movimentar após uma nova articulação que promete mexer na base do presidente Lula. Uma possível federação entre o Solidariedade e o PSDB teria sido o assunto em um jantar que aconteceu na capital federal, na noite desta terça-feira (7) e que reuniu integrantes das duas legendas, entre eles, Marconi Perillo, presidente do PSDB, e os deputados Aécio Neves (PSDB), Adolfo Viana (PSDB); Beto Richa (PSDB), Paulo Abi-Ackel (PSDB), Eurípedes Júnior (presidente do Solidariedade), Paulinho da Força (vice-presidente do Solidariedade). No encontro, ficou acertado que os dois partidos se reunirão com o Cidadania, que já está federado ao PSDB, para avançar com a negociação e o acordo final deve ser selado após as eleições municipais. A possibilidade de federação se deu por causa da insatisfação do Solidariedade, em especial do deputado federa licenciado Paulinho da Força, com o presidente Lula por não ceder espaço para o partido com cargos no governo federal.

Uma das grandes questões é como ficaria a situação do Solidariedade nos diretórios estaduais, como é o caso do Piauí, onde o partido faz parte da base aliada do governador Rafael Fonteles e do presidente Lula. Para esclarecer essa dúvida, entramos em contato com o presidente estadual do Solidariedade, o vice-presidente da ALEPI, o deputado estadual, Evaldo Gomes. De acordo com o parlamentar, muito ainda precisa ser conversado para que essa federação se concretize, porém, ele não pretende sair da base de apoio de Fonteles nem de Lula. Evaldo confirmou que existem conversas da executiva nacional para a federação, mas disse que, no estado, o Solidariedade está comprometido com o projeto político do governador para a sua reeleição, em 2026 e apoio aos seus candidatos municipais em 2024 e que espera que o presidente nacional do partido, Eurípedes Júnior, dialogue com os comandos estaduais.

E o PSDB piauiense? Como fica nessa história?

Bom, o presidente estadual do PSDB, Luciano Nunes, anunciou apoio ao pré-candidato do PT, Fábio Novo, porém, não tem demonstrado empolgação em postar fotos ao lado do político em suas redes sociais. Segundo, Evaldo Gomes, a ida do PSDB para a base de apoio do governo Rafael Fonteles deve ser um caminho natural, já que Nunes deu o primeiro passo.

Em nível nacional, o PSDB não tem um grande nome que possa confrontar Lula em uma disputa presidencial. No Congresso, os dois partidos também não têm grande representação. Na Câmara, ocupam apenas 22 das 513 cadeiras (5 do Solidariedade e 17 da federação PSDB-Cidadania). Já no Senado, apenas 1 das 81 vagas pertence ao PSDB.

Tendo como base esse cenário, resta saber se o anúncio da federação após as eleições municipais não seria, justamente, uma estratégia para não desgastar as alianças locais já firmadas para 2024 e pressionar os diretórios estaduais a seguir o posicionamento que deve ser tomado pela executiva nacional em 2026 e que não inclui o PT como prioridade.

Siga nas redes sociais

Veja também

Dê sua opinião

Canal LupaTV

Veja todas