Ex-prefeito de Esperantina é preso em São Paulo por corrupção e falsidade ideológica
Antonio Santolia foi prefeito do município de Esperantina entre os anos de 2005 e 2008. Ele está sendo acusado por desvios milionários.
A Divisão de Capturas do DOPE da Polícia Civil de São Paulo realizou na última quarta-feira (23), a prisão de Antonio Felipe Santolia Rodrigues, ex-prefeito de Esperantina, no município de Caraguatatuba, cidade do litoral norte do Estado de São Paulo. O ato ocorreu em solicitação a mandado de busca e apreensão à Justiça paulista em cumprimento ao mandado de prisão expedido pela Justiça piauiense.
As equipes da Divisão de Capturas se dirigiram à residência que servia de esconderijo do procurado e como escritório de uma empresa de tecnologia que comercializava em aplicativo voltado ao desenvolvimento dos pequenos comércios daquela região, não o localizando inicialmente, somente sendo encontrado no centro do município enquanto divulgava o aplicativo a pequenos comerciantes.
O suspeito ainda apresentou documento falso, com dados de terceira pessoa, oriundo do Estado de Minas Gerais, constando sua fotografia, acrescentando ser primo de procurado, negando sua real identidade.
O acusado foi transportado à sede da Divisão de Capturas para realização dos procedimentos de Polícia Judiciária e será recolhido a estabelecimento prisional onde permanecerá à disposição da Justiça.Santolia em imagem durante divulgação de sua empresa no litoral / Foto: Reprodução/Instagram
Após a prisão, a plataforma de aplicativos se manifestou em nota anunciando a substituição de Santolia da gerência da empresa, “O ex-CEO foi desligado do cargo devido a problemas pessoais. Para assumir as funções teremos nova reunião para nomeação do novo representante”. A plataforma reunia comércios da cidade, em sua maioria bares e restaurantes, em que o usuário podia fazer pedidos diretamente para o estabelecimento, como forma de driblar as taxas de aplicativos de entrega.
A empresa chegou a ser anunciada pela gestão como forma alternativa para o comércio local durante a pandemia. A empresa ainda patrocinou mutirões de limpeza na cidade em ações conjuntas com a prefeitura. A última em junho deste ano. Após a prisão, a prefeitura de Caraguatatuba apagou todas as publicações que faziam menção a empresa em sua página.Foto: Divulgação/Polícia Civil
Durante sua gestão, fez desvios milionários do sistema de previdência municipal. Ele fazia o desconto no salário dos servidores, mas não repassava ao órgão. O esquema foi descoberto e o gestor passou a ser investigado.
Em fevereiro de 2015 ele chegou a ser preso durante uma audiência no fórum da cidade, mas foi liberado menos de dez dias depois em uma decisão da justiça. À época, a decisão apontava que ele não oferecia risco de fuga.
O ex-gestor respondia ao processo pelo crime de peculato e teve mandado de prisão expedido pela justiça em 2020. Desde então, se mantinha foragido no litoral. Ele foi condenado há 12 anos e três meses.