Caso Potiguar: famílias de jovens cobram julgamento de acusados três anos após o crime
Dono do Frango Potiguar e seu primo são acusados de assassinar os adolescentes Anael e Luian e respondem ao crime em liberdade.
Nesta quarta-feira (13), completou três anos do assassinato dos jovens Luian Ribeiro de Oliveira e Anael Natan Colins Souza da Silva, de 16 e 17 anos, encontrados mortos no povoado Anajás, na zona rural de Teresina. Até hoje, os acusados do crime não foram a julgamento e os familiares continuam cobrando por justiça.
Os acusados do crime são o empresário João Paulo, dono do Frango Potiguar e seu primo, o advogado Guilherme de Carvalho Gonçalves. Eles responderam ao crime em liberdade por decisão da justiça, que alegou que os réus não demonstraram perigo à sociedade e também não praticaram delitos anteriores.
Em entrevista ao programa Alerta Lupa1, a mãe de Luian Ribeiro, Maria da Cruz, falou emocionada sobre os três anos de luta por justiça das duas famílias que perderam seus filhos. Segundo a mãe, é “revoltante” a demora do processo, mas que não vai desistir de buscar a condenação dos acusados.
“A dor que nunca passa e a revolta de três anos que se passaram. A gente não vai desistir, não só para nós, pais que buscam justiça, mas a população sempre nos procura para saber sobre o caso dos meninos e até hoje nada. Passaram três anos, e até hoje não encontramos o que mais queremos, que é que eles paguem pelo que eles fizeram, por hoje era para os meninos estarem com a gente, com a família alegre. Acabou com nossas famílias. Nosso pedido é só justiça, pelo amor de Deus, poder judiciário, nos ajude o mais rápido possível a condenar esses assassinos, porque são duas famílias que perderam seus filhos e buscam justiça.
Seu Luciano, pai de Luian , os jovens tinham um futuro pela frente e que hoje seu sentimento é de “tristeza”, por saber que os responsáveis pelo crime ainda estão em liberdade.
“Queríamos que esses elementos estivessem presos, porque eles mataram duas crianças, que tinham um futuro brilhante pela frente. A gente pede só justiça”, disse o pai.
“A dor vai permanecer”
O Alerta também conversou com dona Gilmara, mãe de Anael Natan, que contou sobre a dor da falta do filho e espera a condenação dos réus .
“A ficha não caiu, pra mim é como se ele tivesse viajado, mas o que eu quero realmente é justiça. Quero que o poder judiciário venha julgar logo esses assassinos, porque condenado eles já são, queremos que seja feito logo a justiça para a gente ficar um pouco aliviado, por a dor vai continuar, vai permanecer para o resto da vida. Foi cruel demais, quero que eles paguem”, disse a mãe emocionada.
Expectativa de julgamento em 2025
Segundo o advogado da família, Antoniel Bisneto, a acusação dos réus tem colocado uma série de recursos para dificultar ou atrasar o julgamento.
“O que chama a atenção são as manobras protelatórias que a defesa dos réus tem impetrado, no sentido de atrasar o julgamento ou obstaculizar que eles sentem no banco dos réus, mas nós acreditamos que muito em breve o poder judiciário, logo na primeira pauta de 2025, coloque os réus para responderem e serem devidamente condenado, até porque são réus confessos do bárbaro crime que cometeram”, disse o advogado.
Relembre o crime
Anael e Luian desapareceram no dia 13 de novembro de 2021 após saírem para um aniversário de 15 anos que foi realizado na Skina do Caranguejo, bar localizado no Planalto Uruguai. Os jovens foram encontrados em estado de decomposição dois dias depois em um crime que chocou a capital.
As investigações apontam que o delegado Barêtta, diretor geral do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoas (DHPP), apurou que os jovens foram mortos após pularem a residência do tio de João Paulo. De acordo com o delegado Anael e Luian entraram na residência para tentar entrar em uma festa que estava acontecendo ao lado da residência.
Em seguida Guilherme de Carvalho, que estava na residência no momento em que os jovens foram revelados por cachorros, saiu e entrou em uma luta corporal com os jovens. Guilherme contou com a ajuda do seu pai, o também advogado Francisco das Chagas.
Os jovens foram imobilizados e, logo em seguida, João Paulo foi acionado e chegou à residência em uma caminhonete e com a arma usada no crime. Os primos então levaram Anael e Luian para o povoado Anajás, os colocaram de joelho e executaram os jovens com tiros na cabeça.
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