CGU revela fraude no EJA; mortos e presos estavam matriculados no PiauÍ
Quase metade da cidade de Paquetá, no Piauí, incluindo matrículas de pessoas mortas que possuem até registro de presença e notas.
A equipe do Fantástico obteve acesso a um relatório da Controladoria Geral da União (CGU), que revelou uma enorme fraude no programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Segundo o documento, quase metade da cidade de Paquetá, no Piauí, incluindo matrículas de pessoas mortas que possuem até registro de presença e notas.
A cidade de Paquetá no Piauí, que contém apenas 3.813 habitantes, possui o maior número de matrículas da EJA do Brasil. O Fantástico apurou que um dos nomes que aparecem na lista dos matriculados, Luiz Reis dos Santos, faleceu em 2017, mas constava com matriculado em 2022 e 2023.
Além disso, um aluno matriculado em Paquetá, estava ao mesmo tempo preso em Rondônia, além de um sargento aposentado do Distrito Federal e sua esposa localizados em Goiás.
De acordo com o CGU, a investigação está sendo realizada em 35 cidades de 13 estados brasileiros, o órgão constatou que foi a partir da pandemia que a maioria dos municípios começaram a inserir informações falsas no censo escolar para receber irregularmente recursos do Fundeb. E em 2022, as prefeituras receberam em médiaR$ 5 mil por aluno.
“Foi uma amostragem. Nós escolhemos esses 35 municípios, sobre os riscos maiores de que nesses municípios haveria irregularidades”, diz o ministro da CGU, Vinícius Marques de Carvalho.
Em nota, a prefeitura afirmou que os nomes de mortos na lista foram retirados em 2020, mas por algum erro no sistema, permaneceu. A gestão de Paquetá informa que o problema foi dito ao INEP e resolvido depois.