Bioparque Zoobotânico sofre com superlotação de jabutis
O jabuti é um animal bastante apreciado como pet, mas seu desenvolvimento pode ser afetado caso seja criado de forma inadequada.
Há alguns meses o Bioparque Zoobotânico do Piauí enfrenta o problema da superpopulação de jabutis.
Atualmente o parque abriga cerca de 300 animais, que em sua maioria são provenientes de apreensões realizadas pela polícia ambiental ou por meio da doação voluntária.
Monalisa Mendes / Lupa1Mito da asma
Você provavelmente já ouviu falar o dito popular que “ter um jabuti em casa cura asma”. Esse mito faz com que esses animais sejam adquiridos com a ideia de que a sua presença em casa vá curar alguma pessoa doente.
Porém, não há nenhuma comprovação científica que os jabutis ou cágados tenham qualquer relação com a melhora ou piora de doenças como asma e bronquite.
No caso da asma, trata-se de uma doença sem cura, mas com o tratamento médico adequado os sintomas podem ser reduzidos e até mesmo desaparecerem. Quando coincidentemente o asmático fica “curado”, é recorrente que os jabutis sejam abandonados ou doados.
Monalisa Mendes/Lupa1Criação inadequada
Poucos sabem, mas os jabutis são onívoros. Ou seja, sua alimentação é constituída de vegetais, frutas e insetos.
Segundo a bióloga Vanessa Gomes, grande parte desses animais chegam até o bioparque com vários problemas de saúde, como por exemplo, o piramidismo.
“O piramidismo é uma doença irreversível que desenvolve uma deformidade no casco do animal pelo resto da vida, causado pelo desbalanço nutricional, já que a maioria dos tutores não oferecem a proteína necessária na sua alimentação” explica.
Conscientização
Ao assumir a responsabilidade de criar um animal silvestre, como os jabutis, por exemplo, é necessário pesquisar todas as necessidades para garantir o desenvolvimento saudável deste dócil animal.
Vale lembrar que para criar qualquer animal não doméstico, é preciso adquiri-lo de forma legal em um criadouro autorizado pelo IBAMA, caso contrário o tutor fica sujeito a sofrer penalidades na justiça.
“Antes de obter um animal é necessário pesquisar bem. É uma vida em jogo” finaliza a bióloga Vanessa Gomes.