Alexandre de Moraes desativa conta no X um dia após cobrar multa da rede
Outros ministros do STF, como Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso e Flávio Dino, continuam com perfis ativos.
A conta verificada do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na rede social X, antigo Twitter, foi desativada nesta sexta-feira (21). Ao tentar acessar o perfil, aparece a mensagem "Esta conta não existe".

Horas após a desativação, a assessoria do STF informou que foi o próprio Moraes quem desativou a conta, que estava inativa desde janeiro de 2024.
A decisão ocorre um dia após o ministro determinar que o X, antiga Twitter, pagasse imediatamente uma multa de R$ 8,1 milhões imposta à empresa em outubro do ano passado. A multa foi aplicada após o X não remover o perfil do blogueiro Allan dos Santos, que havia divulgado conversas falsas atribuídas a uma jornalista. Embora a conta de Santos tenha sido suspensa posteriormente, o X não forneceu os dados cadastrais do perfil ao STF, alegando não armazená-los. A empresa recorreu da decisão, mas os recursos foram rejeitados por Moraes.
Ao tentar acessar a conta de Santos, que foi derrubada pela plataforma por ordem de Moraes, a mensagem exibida é "Conta retida". Já a mensagem "Esta conta não existe" geralmente aparece quando o próprio usuário apaga seu perfil.
Outros ministros do STF, como Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso e Flávio Dino, continuam com perfis ativos no X, com postagens frequentes nos últimos meses. A conta de Moraes, criada em agosto de 2017, não recebia atualizações regulares, embora permanecesse no ar.
Em meio ao conflito, Moraes tem sido alvo de críticas de Elon Musk, empresário que comprou o Twitter em 2022 e rebatizou a rede social como X. Musk se posiciona de forma defensiva em relação à liberdade de expressão, permitindo a circulação de conteúdos antes moderados, o que tem gerado atritos com o ministro. O empresário tem criticado as decisões de Moraes que determinam a suspensão de perfis no X, além de questionar a condução das ações penais sobre os ataques de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília.
Em outubro do ano passado, Moraes chegou a ordenar a retirada do X do ar no Brasil devido ao descumprimento de ordens judiciais. A plataforma foi liberada após o X designar um representante legal no país.