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Suplente com menos de 6 mil votos virou deputado federal no Piauí em 2003

Mortes de dois deputados federais titulares fizeram político ser empossado, e depois efetivado, mesmo com votação inexpressiva.

21 de outubro de 2023 às 17:30
3 min de leitura

Ser titular de mandato no Congresso Nacional tendo obtido apenas 5.820 votos não é nada comum. Mas o Piauí já teve um deputado federal nessas circunstâncias. O nome dele é Simplício Mário de Oliveira.

Então filiado ao PT, o bancário, hoje aposentado, ficou na segunda suplência da coligação proporcional que apoiou o governador Wellington Dias (PT) nas eleições de 2002. O primeiro suplente foi o também petista Nazareno Fonteles, que teve 42.983 votos.

Simplício Mário em 2003 (Foto: Câmara dos Deputados)

Em julho de 2003, a deputada federal Francisca Trindade (PT), que havia sido a mais votada do Estado, com 165 mil votos, morreu vítima de um aneurisma cerebral. Com a morte de Trindade, o primeiro suplente Nazareno foi convocado, tomou posse, mas se licenciou logo em seguida para continuar no cargo de secretário de Saúde do Piauí, posto para o qual havia sido nomeado meses antes por Wellington Dias.

Com Nazareno licenciado, Simplício Mário assumiu o mandato em Brasília. O bancário virava deputado com menos de 6 mil votos. A primeira passagem dele pela Câmara durou quatro meses, até que no começo de dezembro de 2003 Nazareno Fonteles deixou a Secretaria de Saúde do Piauí e assumiu o mandato em Brasília.

Morte de Trindade (foto) levou Simplício Mário à Câmara Federal como suplente (Foto: Alepi)

Finalmente, titular

Em agosto de 2004, os piauienses foram pegos de surpresa com a morte de outro parlamentar federal: o promotor e deputado Afonso Gil Castelo Branco (PC do B). Assim como Francisca Trindade, Afonso Gil também estava no primeiro mandato na Câmara dos Deputados. Ambos pertenciam à mesma coligação partidária.

Morte de Afonso Gil (foto) fez Simplício Mário ser convocado para assumir titularidade do mandato

Com a morte de Afonso Gil, Simplício Mário, àquela altura primeiro suplente, assumiu o mandato em Brasília de forma definitiva.

Único mandato

Embora tenha ficado quase dois anos e meio como deputado federal titular, o petista não conseguiu se reeleger nas eleições seguintes, em 2006. Ele teve 31.287 votos. Apesar da votação ter sido 500% maior que a obtida em 2002, ele não voltou mais à Câmara Federal.

Simplício Mário em 2021 (Foto: Podcast Dois7Meia)

A última eleição disputada por Simplício Mário foi em 2008, quando concorreu ao cargo de vice-prefeito de Piripiri, também pelo PT, na chapa encabeçada pelo médico Dr. Pinto (PDT). Na época, a dupla foi derrotada por Luiz Menezes, que era do PTB.

Simplício Mário deixou o PT em 2010. "Não é fácil sair do PT. Chega de brigas e perseguições. Estou jogando a toalha", disse ele na época.

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