Piauí em números

Vendas no varejo do Piauí caem em agosto, mas setor já antecipa decoração natalina

Indice piauiense é, inclusive, menor que o nacional, que também registrou queda, mas de apenas 0,2%.

19 de outubro de 2023 às 08:53
4 min de leitura

Após dois meses de alta, o comércio varejista do Piauí registra nova queda no volume de vendas. Em agosto, a redução foi de meio ponto percentual, frente ao mês anterior, conforme dados divulgados nesta quarta-feira (18) pelo IBGE. Isso ocorre às vésperas de datas importantes para o setor, como Dia das Crianças, Black Friday e até mesmo o halloween.

Funcionamento do comércio passará por mudanças -Foto: Junior Santos/Lupa1

O índice piauiense é, inclusive, menor que o nacional, que também registrou queda, mas de apenas 0,2%. Conforme ainda o levantamento do IBGE, o volume de vendas do comércio do Estado, com essa nova queda, acumula uma redução de 0,3%, em relação ao mesmo período de janeiro a setembro do ano passado.

Cristiano Santos, gerente da pesquisa no IBGE, disse que os dados de agosto corroboram a visão de que "o ciclo do comércio como um todo é muito baixo; ora sobe ora desce, mas é uma performance mais fraca que anos anteriores". Segundo ele, o baixo crédito e a maior inadimplência são fatores que têm afetado o consumo neste ano.

Lojas do Centro de TeresinaLupa1

Em agosto, quatro dos oito segmentos do comércio varejista pesquisados registraram queda no volume de vendas: Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-4,8%); Livros, jornais, revistas e papelaria (-3,2%); Móveis e eletrodomésticos (-2,2%) e Tecidos, vestuário e calçados (-0,4%). Isso ocorre tanto em nível estadual quanto federal.

"Ao longo do ano, até agosto, grandes cadeias de lojas de atividades de Outros artigos de uso pessoal e doméstico, Móveis e eletrodomésticos e Tecidos, vestuário e calçados vivem crises contábeis e estão passando por redução no número de lojas", explicou Santos.

Aqui em Teresina, apesar do índice negativo de agosto, tendo em vista que as pesquisas do IBGE, sobre essa variante, acontece com dois meses de atraso, parte do setor do comércio varejista já antecipou o período natalino, para alavancar as vendas e tentar fechar o ano com saldo positivo. O Sindilojas prevê um crescimento de 10%, das vendas até dezembro.

Centro de TeresinaAnna Flávia/Lupa1

E para isso, já tem loja que antecipou de fato o Natal, com toda a fachada iluminada, com artigos de decoração da festa espalhados pelas prateleiras, com papais-noéis, presépios e árvores de todos os tamanhos e modelos. Na avenida Nossa Senhora de Fátima, na zona Leste, o trenó e suas renas no canteiro central foi montado também. Já virou até tradição, por ali.

Em um shopping, inclusive, já tem uma miniatura de uma cidade com um expresso polar circulando. “Esses próximos três meses que faltam para encerrar o ano, serão decisivos para encerrarmos o ano com volume de vendas positivo no ano. A expectativa de crescimento é de 10%, tendo em vista que ainda serão calculadas as vendas do Dia das Crianças, Black Friday e Natal, que é a principal data”, informou Leonardo Viana, vice-presidente do Sindilojas.

Dados de atividade do Brasil referente aos dois primeiros trimestres do ano vieram bem acima do esperado pelo mercado, mas a expectativa sempre foi de que haveria arrefecimento a partir da segunda metade de 2023 conforme a economia sente os efeitos defasados da política monetária contracionista do Banco Central. "Os juros em queda ainda não tiveram uma grande tração no consumo", disse Santos.

O Comitê de Política Monetária já cortou a taxa Selic em 1 ponto percentual no acumulado de suas duas últimas reuniões, mas, em 12,75%, os juros básicos continuam muito restritivos à atividade, e devem permanecer em patamar contracionista por um bom tempo, mesmo com o atual ciclo de afrouxamento monetário.

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