Quase 2 mil presos do Piauí vão fazer Encceja; no Brasil crescimento é de 17%
São exatos 1.973 detentos piauienses whe se matricularam para fazer a prova.
Nesta terça e quarta-feira, ou seja, 17 e 18 de outubro, um terço dos presos do Piauí vão deixar as suas celas para tentar um novo passo em suas vidas. É que eles vão fazer o Encceja, que é Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos, aplicado anualmente pelo INEP e que tem como função beneficiar pessoas privadas de liberdade e jovens sob medida socioeducativa, que inclua a internação, a obtenção o certificado de conclusão dos ensinos fundamental e médio.
São exatos 1.973 detentos piauienses que se matricularam para fazer a prova, em um universo de quase 6 mil presos, que compõem atualmente o sistema carcerário do Estado. O exame vai acontece em todos os 17 presídios do Piauí. Mas, também vai acontecer, simultaneamente, em todo o país. Na verdade, são pouco mais de 148 mil pessoas privadas de liberdade pegando em lápis, borracha e caneta nesse dois dias.
É a política da educação como ferramenta para a ressocialização do indivíduo privado de liberdade. O total de matriculados é 17% maior que o número de 2022. “Isso demonstra o interesse dos presos na participação em ações educacionais, e, também, os esforços dos gestores das penitenciárias em ofertar as condições impostas pelo edital do exame”, avalia Carlos Dias, Coordenador Nacional de Educação da Secretaria Nacional de Políticas Penais
Aqui no Piauí, as provas serão aplicadas, a partir das 8h, nas 17 unidades penais de todo o Estado. O Secretário de Justiça, Carlos Augusto, estará presente na Penitenciária José Ribamar Leite, a popular Casa de Custódia, em Teresina, acompanhando a aplicação da prova. Lá é onde tem o maior número de matriculados. De acordo com o setor de educação da Sejus, as provas são organizadas por áreas de conhecimento.
As do Ensino Fundamental, serão quatro provas objetivas que avaliarão as seguintes áreas de conhecimento e os respectivos componentes curriculares: Ciências, Matemática, Língua Portuguesa com Redação, Inglês, Espanhol, Artes, Educação Física, História, Geografia, Filosofia e Sociologia. Para o Ensino Médio, serão quatro provas objetivas que avaliarão: Química, Física, Biologia, Matemática, Língua Portuguesa com Redação, Inglês, Espanhol, Artes, Educação Física, História, Geografia, Filosofia e Sociologia.
Atualmente, mais de 50% da população carcerária do Piauí está inserida em atividades educacionais. Além do Encceja, os detentos do sistema prisional do Piauí participam de atividades educacionais voltadas para a alfabetização, leitura, preparatório para o Enem e, ainda, cursos profissionalizantes.
A adesão de todas as unidades federativas nesta edição 2023 do Encceja, das quais, 25 registraram aumento que varia de 2% a 67%, como é o caso de Minas Gerais e Goiás, respectivamente. Roraima e Alagoas aumentaram em 58% e 55% o número de inscritos. Em números absolutos, o sistema penitenciário paulista inscreveu 4.723 detentos a mais do que no ano passado.
Segundo dados do Sisdepen, referentes ao ciclo de janeiro a junho de 2023, 46,54% das pessoas privadas de liberdade não possuem o Ensino Fundamental, o que corresponde a 288.590 pessoas. Quando analisado os dados daqueles que não possuem o Ensino Médio, são 63,78% da população prisional, totalizando 395.520 pessoas.
“Esses dados demonstram a importância de empreender esforços para contribuir com o aumento de escolaridade das pessoas privadas de liberdade, a partir de iniciativas como a participação no Encceja”, destaca a diretora de Políticas Penais da SENAPPEN, Cintia Assumpção.
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