Dia de Finados: reflexões sobre o luto e estratégias de enfrentamento

A morte de alguém especial para nós pode ser o maior estressor da vida que podemos enfrentar.

02 de novembro de 2022 às 13:33

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O Dia de Finados (02 de novembro) é tradicionalmente um dia de prestar homenagens aos entes queridos que já se foram e de experimentar momentos de reflexões, lembranças e saudades.

A morte de alguém especial para nós pode ser o maior estressor da vida que podemos enfrentar. Este é um processo que pode ser extremamente complexo e vivenciado de distintas maneiras por cada pessoa. No entanto, a psiquiatra ElisabethKübler-Ross sugere em sua teoria ‘‘Os 5 estágios do luto’’ que passamos por cinco diferentes estágios após a perda: negação, raiva, barganha, depressão e, finalmente, aceitação. Embora o luto seja descrito em fases ou estágios, pode parecer mais uma montanha-russa, com altos e baixos. Apesar disso, pode ser útil aprender mais sobre esse processo:

Negação: Quando você fica sabendo de uma perda, é natural pensar: “Isso não está acontecendo”. Os sentimentos experimentados nesse estágio do luto podem ser medo, choque ou ‘’dormência emocional’’. Durante esse período, a pessoa enlutada pode se sentir emocionalmente “desligada” do mundo. Alguns comportamentos esperados envolvem evitar falar sobre a perda, evitar outras pessoas, tentar manter-se ocupado, e até mesmo dizer que ‘’está tudo bem’’.

Raiva:À medida que a realidade se instala, o enlutado se depara com a dor de sua perda e os primeiros sentimentos são substituídos por frustração, ansiedade, impaciência, ressentimento e desamparo. É comum sentir-se agitado, pessimista ou direcionar sua raiva a outras pessoas ou ao ente querido que morreu por sentir-se sozinha.

Barganha: Nesse estágio é esperado lutar para encontrar um significado para a perda de seu ente querido, tentar fazer acordos com um poder superior para que as coisas voltem a ser como antes, e se debruçar sobre o que poderia ter feito para evitar a perda.

Depressão:A tristeza e desesperança se instalam quando a pessoa começa a entender a perda e seu efeito em sua vida. Ela pode se sentir sobrecarregada, desamparada, arrependida e notar alterações do sono e do apetite, choro frequente e energia, motivação e interesse social reduzidos.

Aceitação: Nesse estágio final do luto, o enlutado encontra maneiras de aceitar a perda. Não significa não sentir angústia, mas perceber contra o que se tem tentado lutar e começar a seguir em frente com a vida, apesar das cicatrizes.

Algumas pessoas podem se perguntar quanto tempo durará o processo de luto e quando poderão vivenciar algum alívio, mas não há resposta concreta para essa pergunta – embora alguns fatores, como as circunstâncias da morte, o relacionamento com a pessoa que morreu e suas experiências de vida e crenças sobre a finitude da vida, possam afetar a intensidade e a duração desse processo. Pode levar tempo para ajustar-se ao que aconteceu. É preciso ser paciente consigo mesmo e apoiar-se nas pessoas em quem confia para obter apoio e conforto.

Cemitério São JoséAndressa Martins/ Lupa1

Aqui estão duas ideias de atividades para ajudá-lo a lidar com o luto e a homenagear a memória de alguém que você ama e sente falta neste feriado:

Preserve memórias:

Procure maneiras, que sejam confortáveis para você, de continuar o relacionamento com seus entes queridos. Contar histórias, por exemplo, pode ser uma boa estratégia para lidar com a perda. Você também pode criar uma caixa de memórias ou pasta com lembranças da pessoa que partiu, incluindo fotos ou até citações que você conseguir recordar. Algumas pessoas também escrevem uma carta de gratidão como forma de agradecer ao seu ente querido por fazer parte da sua vida.

Expresse sua dor:

Como você pode expressar sua dor e saudade? Talvez falando sobre a pessoa, ouvindo sua música favorita ou indo a lugares que vocês dois gostavam. Escreva uma mensagem, uma música, um poema ou faça uma homenagem fotográfica em que possa expressar emoções e pensamentos sobre seu ente querido e como você tem vivido seu processo de luto. Você pode fazer isso apenas para si mesmo ou pode compartilhá-lo com outras pessoas. Entenda que ignorar o que você sente nunca é o melhor caminho, pois pode prolongar seu sofrimento e até mesmo gerar outros problemas emocionais com o passar do tempo.

Em alguns casos, você pode sentir que ainda não é capaz de aceitar a perda e apresentar problemas para manter sua rotina, apresentar pensamentos de que a vida não vale a pena ser vivida, entre outros. Nestes casos, pode ser de extrema importância buscar auxílio psicológico para explorar suas emoções e construir habilidades de enfrentamento para ajudá-lo a gerenciar sua dor.