Coluna Coração 5.0

Quando a ansiedade e o coração se encontram: a confusão entre os sintomas e o impacto na saúde

Não é para menos, afinal, a ansiedade e as doenças cardíacas podem apresentar sintomas muito semelhantes, o que gera dúvidas e apreensão.

10 de outubro de 2024 às 20:28
3 min de leitura

Em meio a consultas diárias, um quadro recorrente me chama atenção: o crescente número de pacientes que relatam sintomas de ansiedade, frequentemente com medo de estar diante de um problema cardíaco. Não é para menos, afinal, a ansiedade e as doenças cardíacas podem apresentar sintomas muito semelhantes, o que gera dúvidas e apreensão.

Afinal, como distinguir se aquela dor no peito é resultado de uma ansiedade intensa ou um sinal de que o coração precisa de atenção urgente? Vamos a algumas diferenças que podem ajudar a esclarecer essa questão.

1. Tipo de dor
- Ansiedade: A dor no peito relacionada à ansiedade tende a ser em pontada, localizada e sem irradiar para outras partes do corpo.
- Doença cardíaca: A dor cardíaca, ao contrário, costuma ser mais intensa, irradiando para os braços, mandíbula ou costas, e descrita como uma sensação de pressão ou aperto no peito.

2. Sintomas associados
- Ansiedade: Sensações de palpitações, sudorese, tremores e dificuldade de concentração são comuns, especialmente em momentos de estresse.
- Doença cardíaca: Os sintomas incluem falta de ar, náuseas, sudorese fria e uma forte sensação de morte iminente, o que requer atenção médica imediata.

3. Contexto emocional
- Ansiedade: Frequentemente surge em momentos de tensão, medo ou situações de estresse emocional, sendo desencadeada por preocupações cotidianas.
- Doença cardíaca: Os sintomas podem aparecer repentinamente, muitas vezes após esforço físico ou estresse emocional intenso.

4. Duração e intensidade
- Ansiedade: Os sintomas de ansiedade tendem a melhorar com o tempo, especialmente com técnicas de relaxamento, distração e momentos de lazer.
- Doença cardíaca: No caso de problemas cardíacos, os sintomas persistem e não melhoram com o repouso. Em situações mais graves, o quadro se agrava rapidamente.

Apesar dessas distinções, a semelhança dos sintomas pode dificultar a diferenciação, e é aí que entra a importância de uma avaliação médica criteriosa. O diagnóstico correto e a orientação adequada são fundamentais para evitar complicações ou alarme desnecessário.

A mensagem principal é que nem toda dor no peito significa doença cardíaca, mas é crucial procurar ajuda especializada sempre que houver dúvidas. Entender o papel que a ansiedade desempenha na saúde cardiovascular é um passo importante para garantir tanto o bem-estar físico quanto mental.

Dr. Jocerlano Sousa
Cirurgião Cardiovascular
CRM PI 3412 / RQE 1579

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Essa matéria é parte do Programa Coração 5.0, dedicada a informar e conscientizar sobre cuidados com a saúde do coração.

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