Governo lança linha de crédito consignado para trabalhadores do setor privado
Iniciativa busca oferecer taxas de juros mais baixas, utilizando a Carteira de Trabalho Digital.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, nessa quarta-feira (12), a Medida Provisória que cria o "Crédito do Trabalhador", nova linha de empréstimo consignado voltada para profissionais do setor privado. O evento ocorrerá no Palácio do Planalto, a partir das 11h. A iniciativa busca oferecer taxas de juros mais baixas, utilizando a Carteira de Trabalho Digital como meio de acesso e garantindo o pagamento das parcelas com desconto direto na folha salarial.
A nova linha de crédito beneficiará principalmente empregados domésticos, trabalhadores rurais com carteira assinada e assalariados de Microempreendedores Individuais (MEIs), categorias que até então estavam excluídas do consignado privado. Com essa medida, o governo espera ampliar o acesso ao crédito para milhões de brasileiros que enfrentam dificuldades financeiras e têm poucas opções de empréstimos a juros baixos.
Como funciona o Crédito do Trabalhador?
O trabalhador poderá solicitar o crédito diretamente pelo aplicativo da Carteira de Trabalho Digital (CTPS Digital). Para isso, precisará autorizar o acesso a dados como nome, CPF, tempo de empresa e margem de salário disponível para consignação. O processo respeita as normas da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e garante que as informações sejam compartilhadas apenas com instituições financeiras habilitadas pelo Governo Federal.
Após a autorização, os bancos enviarão propostas ao trabalhador em até 24 horas. Com as opções disponíveis, o profissional poderá escolher a que melhor se encaixa em seu orçamento e concluir a contratação diretamente nos canais da instituição financeira. O desconto das parcelas será feito automaticamente na folha de pagamento, via eSocial, o que reduz os riscos para os bancos e, consequentemente, permite a oferta de taxas de juros menores em comparação aos modelos convencionais de crédito pessoal.
Impacto e estimativas do mercado
Atualmente, o Brasil conta com cerca de 47 milhões de trabalhadores formais, incluindo 2,2 milhões de empregados domésticos e 4 milhões de trabalhadores rurais. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) estima que, em até quatro anos, aproximadamente 19 milhões de trabalhadores celetistas utilizem essa nova modalidade de crédito. Isso pode representar mais de R$ 120 bilhões em empréstimos contratados.