PM do Maranhão é preso com irmão e pai por fraudes contra Caixa Econômica
Delegado deu detalhes da operação da PF contra fraudes em benefícios da Caixa no Piauí e Maranhão.
O Delegado Eduardo Monteiro, da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos da Polícia Federal (PF), concedeu uma entrevista coletiva na sede da PF na manhã desta quinta-feira (28), onde revelou detalhes da operação Bazófia, deflagrada nesta quinta-feira (28), com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada em fraudes envolvendo Auxílio Emergencial e operações bancárias eletrônicas contra a Caixa Econômica Federal, além de outras práticas ilícitas que seguem em apuração.
"Essa operação já tem uma investigação de dois anos de curso, iniciou a partir de fraudes em auxílio emergencial, e também outros tipos de fraudes bancárias", explicou.
De acordo com o delegado, a organização criminosa possuía um escritório do crime, que mudou de localização durante os anos e que atualmente funcionava em uma casa alugada em Teresina, com a presença de oito funcionários contratados para executar fraudes bancárias.
Os criminosos atuavam em Teresina e também na cidade de Bacabal, no Maranhão, e tinham de 20 a 40 anos.
Entre os acusados, foi identificado um policial militar que mora em Teresina, mas trabalha no estado do Maranhão, identificado como Gonçalo Matos de Aguiar Neto e que atuava em conjunto com seu irmão, Ricardo Rômulo de Sousa Matos, e seu pai.
Juntos, os três atuavam na parte de lavagem de dinheiro, eles destinavam boletos, que eram pagos das contas dos beneficiários, para empresas de fachada.
"Eles tinham um braço na cidade de Bacabal, e também o líder da organização e outros membros, são oriundos da cidade de Bacabal, no Maranhão.", descreveu o delegado.
Durante a operação, 11 pessoas foram presas, sendo 10 em Teresina, e 1 em Bacabal, e 3 seguem foragidas.
Policial do Draco
Um dos acusados foragidos é inclusive foragido também da polícia civil, por ser um dos alvos da operação que resultou no falecimento do policial civil Marcelo Soares da Costa, natural do Piauí, que atuava em uma operação no Maranhão pelo Departamento de Repressão ás Ações Criminosas Organizadas (Draco).
Atuação
Ainda segundo o delegado, os criminosos usavam um chip cadastrado no nome da vítima e acessavam o aplicativo Caixa temp, e a partir disso, passavam a pagar boletos com o valor do auxílio emergencial. Foram identificados pelo menos 2 mil chips associados ao grupo criminoso.
" E esses boletos eram destinados às contas bancárias dos investigados, obviamente que não chegava diretamente nas contas deles, eles usavam várias contas de passagem até chegar nas contas bancárias deles.", disse Monteiro.
Foi identificado um prejuízo de 130 mil reais, mas os agentes acreditam que os criminosos executavam fraudes maiores. Os membros da organização esbanjavam nas redes sociais um alto padrão de vida, e utilizavam veículos de luxo.