“Violência nenhuma vale nossas vidas”, reforça delegada Natália Figueiredo
A delegada do núcleo de feminicídio do DHPP comentou sobre ações em alusão ao Dia Internacional da Não-Violência Contra a Mulher.
O Dia Internacional da Não-Violência Contra a Mulher é celebrado nesta sexta-feira (25) e a delegada do núcleo de feminicídio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoas (DHPP) Natália Figueiredo concedeu entrevista ao Lupa1sobre ações para combater a violência contra as mulheres.
Ao ser questionada sobre o aumento no número dos registros de violência doméstica a delegada alega que não há necessariamente um aumento no número de casos e sim uma maior liberdade feminina para denunciar. “As mulheres estão se sentindo mais seguras para procurar os meios de segurança pública e denunciar situações de violência doméstica que vivem”, reforça Natália.
A delegada explica que muitas mulheres estão se informando melhor sobre os tipos de violência o que aumentou o número de denúncias nos últimos tempos. “A informação está sendo crucial no número de registros. Não necessariamente estão veiculados aos números de caso”, afirma.
Natália também diz que os Disk 100 e 180 estão sempre à disposição para denúncias além do aplicativo Salve Maria, iniciativa do Governo do Piauí. Em casos de flagrante delito a Polícia Militar e Civil podem ser acionadas.
Ações preventivas
Natália Figueiredo continua a entrevista enfatizando a importância da informação para combater preventivamente a violência contra a mulher. A delegada reforça que o fato da mulher se informar sobre a Lei Maria da Penha e sobre o que é violência doméstica aumenta os números de denúncias e, consequentemente, diminui o número de casos.
A delegada também deixa claro que políticas públicas de nível federal, estadual e municipal ajudam no combate à violência doméstica, onde muitas vezes as mulheres se tornam reféns dos agressores por uma série de fatores. “Através dos estudos em violência doméstica nós vemos muito a questão da dependência econômica. E aí vem a importância do Estado nesse sentido”, declara a delegada.
Uma das medidas apontadas por Natália na prevenção da violência doméstica é o fornecimento de cursos profissionalizantes para as mulheres. Com a liberdade de renda a mulher violentada pode se desvincular do agressor e começar uma vida longe dos abusos. “Violência nenhuma vale nossa vida. Situações que se iniciam com xingamento, violência patrimonial e violência física mais leves podem se tornar situações irreversíveis, levando ao feminicídio”, aponta a delegada.
Porque o dia 25 de novembro?
A data homenageia as irmãs Pátria, Minerva e Maria Teresa, três mulheres brutalmente assassinadas pelo ditador Rafael Leônidas Trujillo, da República Dominicana, em 25 de novembro de 1960. O trio combatia duramente a ditadura no país e acabaram sendo assassinadas por isso. As mortes repercutiram em todo o país, causando forte comoção. Pouco tempo depois, o ditador Rafael Trujillo também foi assassinado.