Ministério da Agricultura suspende produção de Coca-Cola no Ceará

Decisão aconteceu após vazamento em sistema de resfriamento da fábrica que pertence ao Grupo Solar

04 de junho de 2025 às 15:52

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A Solar Bebidas, uma das maiores engarrafadoras da Coca-Cola no Brasil, teve suas operações de produção e envase suspensas temporariamente em sua unidade de Fortaleza, no Ceará, desde a última terça-feira (3), conforme comunicado oficial do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA).

Indústria SOLAR, que produz a Coca-cola em Fortaleza

A medida preventiva foi adotada após a identificação de um vazamento no sistema de resfriamento da linha de produção, que resultou no contato entre o líquido refrigerante — contendo álcool de grau alimentício — e os produtos em elaboração.Embora o MAPA tenha destacado que o líquido não contém substâncias tóxicas e não representa risco elevado à saúde, cerca de 9 milhões de litros de bebidas aguardam análise laboratorial para garantir a segurança para consumo.

“A suspensão visa assegurar que todos os produtos estejam plenamente adequados antes de chegarem ao mercado”, informou o ministério em nota.

Empresa diz estar colaborando

A expectativa é que as correções na fábrica sejam concluídas ainda nesta quarta-feira (4), permitindo a retomada imediata das operações.

A Solar Bebidas, controlada pelas famílias Jereissati e Mello em parceria com a The Coca-Cola Company, é uma das principais franqueadas do sistema Coca-Cola no Brasil, que opera 44 centros de distribuição e atende a 11 estados, principalmente no Norte e Nordeste.

A empresa confirmou que está colaborando com as autoridades e implementando as correções necessárias no sistema de resfriamento para atender às exigências regulatórias.

O incidente ocorre em um momento delicado para a indústria de bebidas, que enfrenta desafios logísticos e pressões por sustentabilidade.

No Brasil, o Sistema Coca-Cola opera 39 fábricas, com destaque para a Coca-Cola FEMSA, que detém 10 unidades, e a Recofarma, em Manaus, responsável pela produção de concentrado para a América Latina. A Solar, por sua vez, é a maior engarrafadora de capital brasileiro, e sua paralisação, ainda que temporária, pode impactar a distribuição regional.

Fontes do setor indicam que a rápida resposta da empresa e do MAPA reflete o rigor das normas de segurança alimentar no país, mas o caso também levanta questões sobre a manutenção de equipamentos em grandes indústrias.

Até o momento, não há relatos de produtos contaminados no mercado, e a Coca-Cola Brasil reforçou seu compromisso com a qualidade e a transparência.

A Solar Bebidas foi procurada para mais comentários, mas a empresa limitou-se a reiterar a nota oficial do MAPA.

Analistas de mercado acompanham o desdobramento do caso, enquanto consumidores aguardam os resultados das análises laboratoriais para confirmar a segurança dos produtos.

A preocupação com a Coca-Cola como uma bebida "tóxica" ou prejudicial à saúde tem sido levantada devido à presença de substâncias como o 4-metil-imidazol (4-MI), clorato e ao alto teor de açúcar e outros componentes.

Confira a note divulgada pela empresa sobre o ocorrido!

NOTA OFICIAL

A Solar informa que a unidade de Maracanaú (CE) interrompeu temporariamente suas operações em consonância com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Essa pausa foi realizada preventivamente, e estamos atualmente conduzindo testes rigorosos para comprovar a total segurança de nossos produtos. Estamos empenhados em retomar as atividades o mais rápido possível. As licenças de funcionamento da unidade permanecem válidas e atuais, com práticas sendo auditadas continuamente, tanto internamente quanto externamente. A unidade é certificada pela ISO 9001 de gestão da qualidade e pela FSSC 22000 de segurança de alimentos. A Solar segue rigorosos protocolos de controle sanitário e de qualidade, reafirmando seu compromisso com altos padrões internacionais de produção, segurança alimentar em todas as etapas. Reforçamos o compromisso e diálogo com as autoridades e reiteramos que nossos produtos são 100% seguros, sem qualquer risco para os consumidores. Todas as demais operações da Solar seguem funcionando normalmente.