Relembre como votaram os políticos do Piauí nos impeachments de Collor e Dilma
Dos cinco presidentes eleitos após a volta do voto direto, dois foram destituídos através de processos de impeachment.
Desde a volta do voto direto e o restabelecimento do regime democrático, o Brasil elegeu cinco presidentes da República. Venceram eleições Fernando Collor de Mello, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Jair Messias Bolsonaro. Dos cinco eleitos, dois enfrentaram processos de impeachment e acabaram afastados do poder por meio de votações no parlamento brasileiro.
O primeiro deles foi Fernando Collor de Mello, em 1992, e o segundo foi Dilma Rousseff, em 2016. No lugar de Collor assumiu o vice Itamar Franco e no lugar de Dilma assumiu o vice Michel Temer.
Dilma e Collor: tirados do poder via impeachment
Nesta reportagem, o Lupa1 relembra aos leitores como votaram os parlamentares do estado do Piauí nos dois processos de impeachment que marcaram a democracia brasileira.
Impeachment de Collor
A abertura do impeachment do presidente Fernando Collor de Mello foi aprovada na Câmara dos Deputados por 441 votos favoráveis e apenas 38 contrários. Houve ainda 24 parlamentares que se ausentaram da histórica votação realizada no dia 29 de setembro de 1992 e transmitida ao vivo em rede nacional para todo o país.
Collor viria a renunciar ao mandato no dia 29 de dezembro daquele ano, horas antes do Senado iniciar a votação e concluir o processo de afastamento definitivo. A renúncia foi em vão.
Câmara aprovou impeachment de Collor em 29 de setembro de 1992 (Reprodução/TV Globo)
Da bancada do Piauí na Câmara, nove deputados votaram a favor da derrubada de Collor e apenas um, Mussa Demes (PFL), se ausentou.
Benedito Sá (PTR) - Sim
Ciro Nogueira Lima (PFL) - Sim
Felipe Mendes (PDS) - Sim
Jesus Tajra (PFL) - Sim
João Henrique (PMDB) - Sim
José Luiz Maia (PDS) - Sim
Murilo Rezende (PMDB) - Sim
Mussa Demes (PFL) - Falta
Paes Landim (PFL) - Sim
Paulo Silva (PSDB) - Sim
No Senado Federal
O impeachment do presidente Collor no Senado foi aprovado com 73 votos a favor e apenas 8 contrários. Dos senadores do Piauí, dois votaram a favor e um votou contra.
Álvaro Pacheco (PFL) - Sim
Chagas Rodrigues (PSDB) - Sim
Lucídio Portella (PDS) - Não
Álvaro Pacheco era suplente em exercício. Na ocasião, ele ocupava a vaga do senador Hugo Napoleão (PFL), que estava licenciado do mandato porque assumiu Ministério das Comunicações no governo Itamar Franco.
Impeachment de Dilma
O impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) teve sua admissibilidade aprovada na Câmara dos Deputados no dia 17 de abril de 2016. Foram 367 votos favoráveis (eram necessários 342) e 137 votos contrários. Houve ainda duas abstenções e duas ausências.
Câmara aprovou abertura do impeachment de Dilma em 17 de abril de 2016; voto que sacramentou foi do então deputado Bruno Araújo, do PSDB de Pernambuco (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Da bancada federal do Piauí, cinco deputados votaram contra o impeachment e cinco a favor.
Átila Lira (PSB) - Sim
Assis Carvalho (PT) - Não
Fábio Abreu (PTB) - Não
Heráclito Fortes (PSB) - Sim
Iracema Portella (PP) - Sim
Júlio César (PSD) - Sim
Marcelo Castro (PMDB) - Não
Paes Landim (PTB) - Não
Rejane Dias (PT) - Não
Rodrigo Martins (PSB) - Sim
Dos 10 piauienses que participaram da votação do impeachment de Dilma, apenas dois exercem mandatos atualmente no Congresso: Júlio César (PSD) e Marcelo Castro (MDB).
No Senado Federal
O impeachment da presidente Dilma foi aprovado no Senado por 61 votos a 20, no dia 31 de agosto de 2016. Dois senadores do Piauí votaram contra e um votou a favor da destituição da petista.
Ciro Nogueira (PP) - Sim
Regina Sousa (PT) - Não
Elmano Férrer (PTB) - Não
Curiosidade
Apenas um político piauiense participou das votações nos dois impeachments: o deputado federal Paes Landim, que exerceu oito mandatos consecutivos na Câmara. Átila Lira também já era deputado na época do impeachment de Collor, mas estava licenciado porque assumiu o cargo de secretário de Educação do Piauí no governo Freitas Neto. O suplente Felipe Mendes foi quem participou da votação.