Piauí tem maior índice de mortes por choque elétrico do Nordeste e 4º do país
Em números absolutos, o Piauí registrou, em 2022, um total de 24 mortes por choque elétricos.
O perigo está dentro de casa. Mas, poucos percebem ou não dão a devida atenção. São fios desencapados, uso constante de 'benjamins' ou 'Ts' por falta de tomadas elétricas, compra de equipamentos eletrônicos sem certificação do Inmetro e manuseio incorreto da energia elétrica. Tudo isso aqui você já fez, ou conhece alguém que faz. E o pior, faz como se nada pudesse acontecer com a pessoa.
Pois bem, essa é a lista das principais causas de acidentes envolvendo a eletricidade no Brasil. Dados da Abracopel, que é a Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade, revela que em uma década mais de 6,3 mil pessoas morreram por choque elétrico no país. Uma média de quase duas mortes por dia. E o Piauí aparece em destaque nesse trágico ranking.
Os dados do anuário da entidade, com números fechado referentes as mortes e acidentes em 2022, divulgado recentemente, mostram que o Piauí é o quarto do país na taxa de mortalidade por choque elétrico. O índice chegou a 7,28 por milhão de habitantes. O número foi superior apenas no Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Acre. A notícia “boa” é que a colocação piauiense se manteve em relação a 2021.
Em números absolutos, o Piauí registrou, em 2022, um total de 24 mortes por choque elétricos, ficando na 12ª posição no país. O índice foi menor que o registrado no anterior, quando 30 pessoas faleceram por essa causa. Para se ter uma ideia, da gravidade da situação, exatos 592 brasileiros morreram enquanto manuseavam um equipamento movido a eletricidade dentro de casa ou no trabalho, ano passado.
"Apesar do número já ser alarmante, estimamos que esses dados são até três vezes maior, pois o levantamento que realizamos é com base em pesquisas na internet. Ou seja, muitas mortes são subnotificadas. Assim, se tivemos 592 mortes por choque elétrico no Brasil, em 2022, provavelmente, estamos falando de aproximadamente 1,8 mil mortes", estima Edson Martinho, diretor executivo da Abracopel.
Como foi dito lá no início, a maior parte dessas mortes acontece dentro de casa e envolve pessoas comuns que, ao manusear equipamentos simples, cometem erros e sofrem acidentes, segundo os especialistas. As ocorrências geralmente são causadas pela energização acidental dos equipamentos elétricos que possuem envoltório metálico, falta de manutenção dos equipamentos e ausência de aterramento elétrico na residência.
A falta de conhecimento sobre os perigos envolvendo a eletricidade é uma das principais barreiras no combate aos acidentes. Para o Corpo de Bombeiros é preciso ter sempre atenção no manuseio dos equipamentos e antes conversar com um especialista. "Muita gente ignora os riscos envolvendo a eletricidade e acaba por realizar procedimentos que teriam que ser feitos por um profissional especializado. Só que o barato pode sair caro", orienta nota dos bombeiros.
Em média, 87% dos óbitos por choque elétrico no Brasil são de pessoas do gênero masculino e somente 13% de pessoas do gênero feminino. Isso ocorre, principalmente, pelo fato de os trabalhadores que atuam direta e indiretamente com a eletricidade serem em sua maior parte do gênero masculino e por homens - mesmo aqueles sem a devida formação - serem maioria dos que tentam solucionar problemas dentro de casa envolvendo eletricidade.