A cada 16 horas, em média, um faccionado é preso no Piauí
Em Teresina, por exemplo, a cada dez homicídios, com arma de fogo, em seis a vítima possuía registro criminal.
Um criminoso envolvido com facção criminosa é preso, em média, a cada 16 horas no Piauí. O número tem como base as prisões realizadas pelo Draco, que é o Departamento de Repressão ao Crime Organizado, desde sua criação, dia três de março. São exatas 326 prisões promovidas em 57 operações realizadas desde o início do ano.
O levantamento mostra, ainda, que quase 300 buscas e apreensões, autorizadas pela Justiça, foram realizadas, com um total de 51 armas de fogo recuperadas, armas essas que estavam em poder dos bandidos. Todos os dados são reflexo de um trabalho duro que a Secretaria de Segurança decidiu adotar, logo no início do ano, no combate as facções existentes no Estado.
“Antes, não se tinha uma estrutura administrativa, um corpo físico de pessoas, nem um orçamento, de fato para o combate as facções. O Draco permitiu esse trabalho, em um único lugar. Essa concentração de informações e o combate sistemático contribuirão com a diminuição dos índices de criminalidade no Estado”, ressaltou Chico Lucas, secretário de segurança.
A fala do secretário, feita durante a criação do Draco, refere-se ao Grego, que era o Grupo de Repressão ao Crime Organizado, e que deu lugar para o novo departamento. Já para o delegado Charles Pessoa, coordenador do Draco, um planejamento estratégico foi elaborado, baseado nas estatísticas da Polícia Civil, que vem direcionando as ações do Departamento. “Nós temos um efetivo e equipamentos voltados para essa área, além de que os profissionais estão passando por capacitação constante para atuar nesse enfrentamento às facções criminosas”, frisou o delegado, que criou a máxima no Estado: “configurar o despertador”, orientando as pessoas que são envolvidas na criminalidade fazê-lo, para que não sejam acordados se supetão pela polícia.
Além desses dados de prisões, outro reflexo da ação da Draco vem da diminuição, em 3,3%, nos registros de mortes violentas no Piauí, até julho na comparação ao mesmo período de 2022. É primeira queda em quatro anos e segundo os dados, foram 447 assassinatos nos sete primeiros meses, contra 433 no mesmo período do ano passado, ou seja, um total de 17 vidas foram preservadas.O detalhe é que essa baixa é em cima de 2022, ano que o Piauí registrou o maior número de mortes violentas de sua história: 818 registros, conforme dados do anuário brasileiro de segurança pública. “É um dado que mostra, sim, uma tendência de queda nas mortes e que estão ligadas as ações contra as facções”, apontou Sérgio Duarte, especialista em Segurança.
Em Teresina, por exemplo, a cada dez homicídios, com arma de fogo, em seis a vítima possuía registro criminal. O dado inédito da SSP, que pesquisou os 419 assassinatos ocorridos na capital, desde janeiro de 2022 até junho deste ano, revelou, é uma prova sobre essa redução de mortes mediantes as ações. Isso porque, ela mostra que quase 60% das vítimas respondiam por crimes. O levantamento, também, aponta que a maioria dessas vítimas tinha de 15 a 29 anos, ou seja, eram jovens, e foram mortos em via pública. O dado serve como uma luva para justificar os altos índices de homicídios no Piauí, tendo como causa a briga entre integrantes de organizações criminosas, que chegaram ao Estado na última década.
Ano passado, como já foi colocado, foram quase 818 assassinatos, o maior número da história. Para tentar frear ou diminuir essa matança, principalmente entre os próprios criminosos, foi criada, esse ano, o DRACO, uma especializado no combate a facções e que tem como marca as operações e no dia seguinte a pintura das pichações com marcas de facções.
Ano – Mortes violentas no Piauí
2011 - 349
2012 - 529
2013 - 551
2014 - 734
2015 - 673
2016 - 703
2017 - 653
2018 - 621
2019 - 587
2020 -708
2021 - 780
2022 – 818
Fonte: Anuário Brasileiro e Segurança Pública