Júlio Chaves

A sustentabilidade no espaço urbano

15 de fevereiro de 2023 às 16:51
6 min de leitura

Vários fatores são importantes na compreensão e desenvolvimento de uma cidade sustentável e compacta, como fatores ambientais, econômicos, sociais, além dos políticos. Os espaços públicos devem ser ocupados, mas de uma forma consciente e eficaz, pois a ocupação de espaços urbanos leva muitas vezes a poluição de rios e parques ambientais, ruas e toda a topografia onde estão inseridos.

Quando se fala em urbanização, devemos levar em consideração os impactos que esta proporciona às cidades, que podem ser negativos se feitos de forma desordenada e sem um planejamento adequado. O conceito de urbanização deve ser seguido de forma sustentável, buscando preservar áreas verdes bem como a implantação de pequenos ecossistemas adequados à região.

Devemos compreender a dinâmica que ocorre entre os setores dentro de determinados espaços para que estes não entrem em conflitos sociais e econômicos.

A urbanização quando acontece de forma intensa e sem planejamento proporciona ao entorno impactos ambientais muitas vezes irreparáveis.

Um espraiamento urbano desordenado pode ocasionar muitas vezes invasões em áreas ambientais que não deveriam ser invadidas por edificações, pois muitas vezes podem ocasionar problemas que só surgirão décadas depois, e essa é a base da sustentabilidade, planejar pensando nas gerações futuras.

A valorização do pedestre e do ciclista, tendo-os como protagonistas deste teatro urbano, traz como consequências diversos benefícios à saúde física e psicológica dos seus habitantes, além de proporcionar uma cidade mais compacta e sustentável.

Existem diversos fatores que podem levar auma cidade mais atrativa e com microclimas que proporcionem uma maior permanência dos seus usuários. Diversos teóricos estudaram e publicaram livros criticando o modelo de urbanização que vinha acontecendo no mundo após a revolução industrial, e ao modernismo arquitetônico, como a estadunidense Jane Jacobs e o urbanista Dinamarquês Jan Gehl, cujas teorias se aplicam perfeitamente a diversas cidades do mundo, bem como as cidades brasileiras.

O planejamento urbano não deve, portanto, ser resultado de individualismos, mas deve ser pensado de uma forma democrática, onde cada elemento deve fazer parte de um todo e ser usufruído pela população, além de incentivar a interação entre as comunidades e seus visitantes.

Deve-se planejar um ambiente urbano pensando nos laços que estes podem criar entre a população, tanto economicamente quanto socialmente. As conexões entre os diversos setores podem melhorar consideravelmente a vida urbana.

Um outro fator que deve ser pensado principalmente em uma cidade como Teresina, são os microclimas, que devem ser inseridos em um macroclima onde as temperaturas podem ser bem elevadas em determinadas épocas do ano, e que possam ocasionar sensações térmicas mais agradáveis em alguns locais como, perto de equipamentos urbanos ou pontos de ônibus. Este planejamento não deve ser pensado de uma forma apenas pragmática e funcional, mas também de uma forma estética, levando-se em consideração aspectos comunitários e sociais.

Diversos elementos sensoriais, podem ser atrativos à fruição das pessoas, além de uma iluminação adequada para cada setor.

A arborização é de extrema importância e as áreas verdes devem ter um papel importante na nossa cidade. Alamedas, que são ruas ou caminhos arborizados e que são atrativas e funcionais, além de trazer aspectos sustentáveis e criar microclimas agradáveis para a população, são exemplos de como as nossas ruas podem ser mais agradáveis com relação ao clima. As árvores e todo o paisagismo que está inserido em um determinado plano urbano se constituem como elementos essenciais para a qualidade de vida, além de criar hierarquias e determinar pontos a serem destacados.

Vários aspectos proporcionam uma cidade mais sustentável, pois com a densidade demográfica, uma maior concentração de pessoas em determinados locais, o incentivo de bairros mais complexos, acabam por incentivar o uso de bicicletas, e o andar a pé, além da valorização do transporte público, diminuindo assim a emissão de gases prejudiciais a nossa atmosfera.

Portanto, cuidemos mais de nossas ruas, de nossos bairros, de nossas calçadas, pois todos nós temos direito a usufruir da cidade, tendo esta como um espaço coletivo e democrático. Deve haver uma preocupação com a escala e com todos os elementos arquitetônicos e urbanísticos que estão inseridos em uma região, pois tais elementos proporcionam aos usuários uma maior qualidade de vida e uma constante fonte de inspiração, além de formas de nos conectar uns com os outros e de fruimos mais dos elementos sensoriais proporcionados pela cidade, como aromas, texturas, cores, sons de fontes de água, o canto de pássaros ou simplesmente ruídos de pessoas conversando nas ruas.

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