Thiago Trindade

O que significa a prisão de um dos líderes do “Bonde dos 40”?

Cada vez mais, crianças e adolescentes são atraídos pela ilusória ideia do “glamour” do mundo das facções criminosas.

28 de março de 2022 às 21:05
3 min de leitura

A criminalidade vem aumentando de forma descontrolada nos últimos meses. Assaltos e execuções se tornaram frequentes no dia a dia dos teresinenses. As autoridades lutam diariamente no combate ao crime, estes que em sua maioria possui o envolvimento da atuação de facções criminosas.

E é fato que essa problemática traz muitas consequências. Uma vez que a vida no tráfico de drogas é exposta por alguns como luxuosa e fácil, muitos jovens são seduzidos pela ilusão e a ganância, mas depois de um período a situação mostra não ser tão fácil assim.

Por algum motivo ainda não compreendido, por qualquer deslize os responsáveis pela segurança pública são facilmente colocados como vilões. Mas, e aqueles que todos os dias tiram os bens, e até a vida, de trabalhadores inocentes?

Estou longe de ser defensor da truculência e muito menos, do uso da violência para exercer a segurança. Falo do devido papel atribuído a polícia, o de preservar o patrimônio público e proteger a população.
Nesse último sábado (26) a Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI) prendeu durante uma força tarefa, um dos líderes da facção “Bonde dos 40”. O acusado que detêm a alcunha de “Nego Júlio” possui dois mandados de prisão em aberto.


"Nego Júlio", um dos líderes da facção Bonde dos 40.A prisão desse faccionado é um grande passo dado pela segurança pública do Piauí, que agora tem a chance de começar uma desarticulação aprofundada do crime organizado instalado na capital e outras cidades do Piauí.

O mais surpreendente é que esse indivíduo considerado de alta periculosidade e um dos chefes de uma facção, tem apenas 21 anos. Quando adentrou no mundo do crime tinha apenas dez anos de idade, uma criança.

Não compreendo as motivações, mas torço para que cada vez menos jovens sejam aliciados ou empurrados para o abismo do crime. Desde sempre escutamos que quem se envolve nesse caminho acaba com somente duas alternativas: o cemitério ou a prisão. Nunca um ditado popular fez tanto sentido.

Ouso dizer ainda que, ao entrar no crime, ninguém sai ileso. Até as pessoas que, de forma direta, não têm qualquer envolvimento, acabam, de alguma forma, tendo perdas consideráveis. Nos piores casos, perdem a própria vida.

Hoje colhemos um problema de segurança pública enraizado em problemas sociais. O pior de tudo: a cada dia nos vemos mais distantes de alguma solução.

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