Coluna Ponto de Ruptura

Thiago Trindade

Mãe de Tatiana Medeiros envia ‘amigão’ para auxiliar defesa de Alandilson em Minas Gerais

Investigada, Odélia Medeiros articula nos bastidores e teria enviado aliado à penitenciária onde está preso o namorado da filha

05 de junho de 2025 às 10:22
4 min de leitura

A movimentação nos bastidores do caso Tatiana Medeiros ganhou mais um capítulo curioso e estratégico. Informações apuradas pelo Lupa1 apontam que a mãe da vereadora, Maria Odélia de Aguiar Medeiros também ré no processo e articuladora do Instituto Vamos Juntos, teria enviado um aliado próximo da família para visitar o namorado da filha, Alandilson Cardoso Passos, preso em Minas Gerais.

Odélia Medeiros e Tatiana Medeiros, mãe e filha e uma história de novela que parece não ter fim.

Apresentando-se como advogado, o homem teria tido acesso ao presídio onde Alandilson cumpre pena, supostamente para oferecer apoio jurídico. No entanto, até o momento não há confirmação de que o emissário tenha registro ativo na OAB. Segundo fontes próximas ao processo, a visita foi articulada diretamente por Odélia, que estaria buscando garantir algum tipo de suporte ou alinhamento estratégico à defesa do “ex-genro”, figura central na estrutura de financiamento ilícito da campanha de Tatiana, conforme apontou a Polícia Federal.

A iniciativa levanta questionamentos sobre o papel da matriarca nos desdobramentos do escândalo. Odélia já havia protagonizado outro episódio polêmico quando, em 23 de maio, confessou à Polícia Militar ter levado um celular para Tatiana dentro do Quartel do Comando Geral da PM, onde a filha está presa. Na ocasião, a vereadora alegou que o aparelho teria sido entregue por um dos advogados, versão depois desmentida pela própria mãe.

Lista de visitantes sugere possível articulação externa

Apesar de Maria Odélia ter assumido à Polícia Militar que entregou o celular pessoalmente à filha, a linha do tempo oficial das visitas e do uso dos aparelhos levanta novas suspeitas. De acordo com relatório da Polícia Federal, a mãe de Tatiana esteve com a filha nos dias 5 e 6 de abril, porém o primeiro uso do WhatsApp pela vereadora só foi registrado exatamente após a visita de um advogado.

O documento da PF destaca:

Isso levanta a hipótese de que os aparelhos podem realmente ter sido entregues por um advogado, dado a proximidade da entrega para a efetiva utilização do aparelho.

Esse ponto alimenta uma segunda vertente da investigação

Existe a possibilidade de que a mãe da vereadora esteja atuando não apenas como elo emocional, mas como peça ativa na manutenção da engrenagem que cerca Tatiana Medeiros, incluindo tentativas de interferência externa, influência sobre co-réus, ou até facilitação de articulações políticas e jurídicas paralelas.

Além de Tatiana, Odélia e Alandilson, o processo envolve ainda o padrasto da vereadora, a irmã, o cunhado e funcionários da ONG Vamos Juntos entidade usada, segundo as investigações, como fachada para compra de votos e coação de eleitores. Odélia seria a responsável direta pela coordenação dessa base de apoio, atuando como “elo político” da engrenagem.

O Ponto de Ruptura

Se há algo que essa história expõe com nitidez é a persistência das velhas práticas camufladas sob o discurso da nova política. Mesmo fora das grades, Maria Odélia parece agir como general de campo, orientando movimentos, reagrupando aliados e, ao que tudo indica, tentando proteger o que restou do império eleitoral da filha. Resta saber até onde vai essa articulação e se o Judiciário enxergará esses movimentos como simples apoio familiar ou tentativa de obstrução processual.

A OPINIÃO DOS NOSSOS COLUNISTAS NÃO REFLETE, NECESSARIAMENTE, A OPINIÃO DO PORTAL LUPA1 E DEMAIS VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO DO GRUPO LUPA1 .

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