Para Rafael, envolvidos no 8 de janeiro têm que pagar, mas sendo julgados 'individualmente'
O governador defendeu ainda os 'trâmites de defesa' e a punição proporcional, baseando-se no que diz a lei.
O governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT), se posicionou em relação ao PL da Anistia, projeto que defende o perdão aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro (o quebra-quebra em Brasília). O governador defende que depredadores sejam punidos, mas que os casos têm que ser analisados “individualmente”.
"É uma questão que está no âmbito do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional. Eu acredito que quem cometeu crimes, deva pagar pelos crimes que cometeu conforme a nossa legislação. Um amplo processo de defesa, respeitando todos os trâmites, mas tem que prevalecer essa máxima de que quem cometeu crimes deve receber as penas conforme a lei. É isso que eu defendo, eu não estou falando em nenhum caso específico, porque cada pessoa que merece analisar o seu caso individualmente, é isso que a justiça tem promovido no Brasil, é o que nós esperamos pelo menos", afirmou.
A grande questão em relação aos julgados do 8 de janeiro é o entendimento coletivo do Supremo Tribunal Federal. No caso, todos os que participaram dos atos são julgados a partir da ótica de que cometeram crime de multidão — quando várias pessoas cometem ato delitivo em conjunto. Isso cria a seguinte situação: quem perpetrou o caos em Brasília, depredou instituições de poder e ameaçou ministros e o presidente Lula compartilha a mesma acusação de quem nem sequer entrou nos prédios ou apenas pintou com batom uma estátua — crime de golpe de Estado.
Wellington sabia das “frituras”
É possível dizer que quase todos os meses, desde que assumiu, o nome do ministro do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias (PT), estampa a manchete de algum jornal da “grande imprensa” nacional, ladeado de palavras como “crise” e “fritura”. Já foi noticiado diversas vezes que Wellington estaria sendo pressionado a deixar a pasta para que o MDS pudesse ser usado como moeda pelo governo em troca de maior apoio no Congresso.
O ministro, no entanto, revela que já sabia da sequência de frituras desde a primeira reunião como ministro.
“A primeira reunião, quando a gente compôs a equipe, que eu fiz com a equipe, foi dizer: quem comanda tudo é o presidente. Agora se preparem, porque de hoje até o último dia do mandato, todas as semanas mesmo a gente vai ter aqui esse tipo de especulação [demissão]. Há uma coisa tranquila: primeiro, a área social, o Ministério do Desenvolvimento Social, é uma área que eu posso afirmar com toda a segurança: com Luiz Inácio Lula da Silva na presidência, não será objeto de negociações para simples composição de governo. É o coração do governo, é o coração do presidente Lula. Tem gente mais preparada do que eu? Tem. É possível que se tenha alguém para assumir? Claro. Agora, aqui o que eu me esforço é para fazer um bom trabalho”, disse.
Janaína Marques e o time dentro do time
A palavra de maior preferência entre os governistas do Piauí é, certamente, "time". A expressão foi usada à exaustão nos últimos anos para cunhar os que apoiam e compõem o Karnak. No entanto, parece haver um time dentro do time do governo. De um lado, existem os políticos mais realistas, que acreditam que devem ser livres as lideranças, e consequentemente os deputados, mesmo os do PT, para votar de acordo com as circunstâncias de cada base. Por outra ótica, existem os que acreditam que todos os aliados do governo têm que ter um lado, quer dizer, um time. Para estes, é necessário haver um sentimento de unidade dentro da base, mesmo nos rincões do interior do Estado.
É assim que pensa a deputada Janaína Marques (PT). Para ela, pelo contrário do que pensa seu correligionário Fábio Xavier (PT), bases precisam ter “lado” e votar em todos os candidatos do “time” do governo.
“Eu acho que a gente tem que orientar. Se nós somos de um lado, a gente tem que lutar para que a nossa base, os nossos amigos do interior, das cidades do interior, fiquem junto da nossa base. Até porque é todo esse alinhamento que a gente precisa do governador para ajudar as bases no interior, levando obra, os deputados federais, os senadores. Então, eu acho que esse alinhamento é muito importante, e eu defendo esse alinhamento e sempre oriento as minhas bases a continuar firmes do lado que eu sigo, do lado que eu acredito, do lado que eu vejo que está trabalhando e desenvolvendo o nosso estado do Piauí”, disse.
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