Fusão cruzada: a nova moda entre os políticos do Piauí
Este tipo de composição acontece desde 2022 e tem sido usada com frequência nos discursos de políticos da base do governo.
Uma espécie de moda ganhou forças no meio político nas últimas semanas em relação à estratégia de fusão cruzada entre partidos no Piauí. A configuração envolve dois partidos: um filiando os candidatos a deputado federal, e o outro, os candidatos a deputado estadual. Acontece que, na maioria das vezes, a expectativa dessa composição nas entrevistas tem sido usada para mandar recados aos aliados da base política do governo.
A mais recente declaração do deputado estadual Francisco Limma (PT) sobre a possibilidade de existir uma composição como essa entre o Partido dos Trabalhadores e o Progressistas do Piauí simplesmente viralizou na imprensa local. Segundo ele, o entendimento da necessidade de uma fusão do partido para 2026 foi fechado após uma reunião da bancada estadual petista. Do outro lado, os Progressistas vetaram a possibilidade.
A ação foi lida como um recado dos petistas ao PSD e ao MDB, que já haviam se coligado informalmente em 2022, numa estratégia que elegeu três deputados federais do PSD e nove estaduais do MDB, respectivamente.
Agora, no cenário político, surge a intenção do Solidariedade de trocar candidatos com o PDT e se federar em nível nacional com o PSDB. Para o presidente do Solidariedade no Piauí, deputado estadual Evaldo Gomes, a chance de acordo com os pedetistas são “imensas”. No entanto, Evaldo é taxativo: seu partido não vai abrir mão da chapa federal. Caso esse cenário se concretize, o deputado, que é candidato à reeleição, disputaria filiado ao PDT.
“A possibilidade é imensa. A gente tem um bom relacionamento com o Enzo, o Enzo é pré-candidato a deputado estadual. Se a gente puder sentar à mesa para tentar chegar a esse entendimento, a prioridade do Solidariedade do Piauí é a chapa de deputado federal. Nós não abrimos mão da chapa de deputado federal. Há necessidade de a gente sobreviver com votos, com a eleição de deputados federais, e a prioridade número um do partido, a nível nacional, será a eleição de deputados federais”, disse.
Para os políticos, partido tanto faz
É preciso dizer ainda que todas essas conversas são meramente especulativas e subsistem, por enquanto, no campo do discurso. Acontece que, se a moda pega, na prática será apenas a ratificação da total falta de substância nas siglas políticas – virou apenas uma questão formal, e não ideológica. Não se representa mais um partido no parlamento, apenas se toma abrigo. Para os políticos, a verdade é que tanto faz.
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