Piauí em números

Grau de pobreza no Piauí cai quase 70% em uma década, aponta IBGE

Estado registrou uma queda de 6.5%, saindo de 14,1, no período de 2008-2009, para 4,3, no período de 2017-2018.

25 de agosto de 2023 às 16:07
6 min de leitura

Quase 1,2 milhão de piauienses melhoraram de vida em uma década. O dado é do IBGE que divulgou, nesta sexta-feira (25), o Índice de Pobreza Multidimensional Não Monetário (IPM-NM), levantamento que indica a proporção de pessoas com algum grau de pobreza, entre os anos de 2008 e 2018. Nele, o Piauí registrou uma queda de 6.5%, saindo de 14,1, no período de 2008-2009, para 4,3, no período de 2017-2018.

Conforme o levantamento, em 2008, o Piauí detinha cerca de 78,4% da população com algum grau de pobreza, tendo passado no ano de 2018 a menos de 40% da população. Isso representou uma redução de 39,3% na população. Nesse período, também, os níveis de pobreza e vulnerabilidade social caíram em todos os estados, além das diferentes faixas de renda e composição familiar.

“São informações constantes da publicação do IBGE denominada ‘Evolução dos Indicadores não Monetários de Pobreza e Qualidade de Vida no Brasil com Base na Pesquisa de Orçamentos Familiares’ e que aponta para uma redação significante no Piauí, bem como no país como um todo, na década analisada pelo órgão”, afirmou Leonardo Oliveira, supervisor do IBGE nacional e gerente da pesquisa.

O levantamento acompanha a evolução da pobreza e da vulnerabilidade no país, a partir de uma abordagem multidimensional e não monetária. No entanto, a pesquisa não contempla os efeitos da pandemia sobre acesso a bens básicos, como moradia e educação. E apesar da redução, o Piauí ainda aparece entre os 10 estados com maiores índices percentuais de pessoas com algum grau de vulnerabilidade, com 85,2% da população.

No Brasil, o IPM-NM caiu de 6,7% para 2,3%, no período de uma década, analisado na pesquisa, ou seja, uma queda de 4,4 pontos percentuais, o equivalente a uma redução de 65,2% naquele período, pouco inferior à queda observada para o Piauí (69,2%). Dentre os estados a maior queda foi a observada em Santa Catarina, de 83,3%, e a menor aquela observada para o Rio de Janeiro, com 45,9%.

O valor do índice é apresentado em uma escala de 0 a 100, sendo 100 o maior nível possível de pobreza multidimensional não monetário que uma sociedade pode registrar. No Brasil, em 2008, o IPM-NM era de 6,7, apresentando cerca de 44,2% da população com algum grau de pobreza, tendo passado em 2018 para 2,3, com 22,3% da população, uma queda de 21,9 pontos percentuais na proporção da população com algum grau de pobreza no período.

“A disponibilidade de dados da POF possibilita um olhar complementar aos indicadores tradicionais de pobreza baseados apenas na renda e no consumo", apontou Leonardo. Em números absolutos, o contingente de pessoas com algum grau de pobreza não monetária multidimensional recuou de 84,1 milhões para 46,2 milhões, no período analisado.

Os índices são calculados a partir das perdas individuais de qualidade de vida, considerando um amplo conjunto de indicadores não monetários que estão distribuídos em seis dimensões: Moradia; Acesso aos serviços de utilidade pública; Saúde e alimentação; Educação; Acesso aos serviços financeiros e padrão de vida; Transporte e lazer. No Piauí, a maior dificuldade de acesso, atingido quase 20%, são os serviços financeiros e padrão de vida.

“Essa dimensão envolve aspectos como: a posse de bens duráveis, conta em banco e as dificuldades de pagar as contas do dia a dia”, explicou Eyder Mendes, supervisor de informações do IBGE Piauí, acrescentando que o segundo maior peso para o piauiense é o acesso aos serviços de utilidade pública, como eletricidade, esgotamento sanitário, água e coleta de lixo. “Isso atingiu 18,6% da população”, completou.

Desigualdade aumenta

Apesar do resultado positivo, a pesquisa aponta que a desigualdade aumentou no período. Segundo os índices, a redução não foi suficiente para eliminar as diferenças que existem entre a pobreza de diferentes raças. Os maiores valores dos três índices continuam concentrados nos seguimentos menos favorecidos, indicando um componente estrutural da desigualdade de qualidade de vida que já estava presente em 2008 e permaneceu dez anos após.

O índice de pobreza em que a pessoa de referência é branca era de 3,3 em 2008 e passou para 1,1 em 2018. Entre pretos e pardos, o indicador passou de 9,6 para 3,2. Níveis superiores, de pobreza ou vulnerabilidade, também foram verificadas quando a pessoa responsável pelo lar tinha menor nível de escolaridade, menor renda, e a família tinha mais de um adulto com ao menos uma criança.

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