Direto ao Ponto

O Piauí e suas cinco balas de prata

Dicas para o governador Rafael Fonteles.

08 de outubro de 2022 às 10:45
3 min de leitura

O Piauí é um dos Estados mais atrasados do país. Isto dói. Mas é indiscutível. Ferida aberta. Mas aqui, há algo muito importante que nem sempre é lembrado. E do que se trata? É simples. Se retornarmos a 60 anos atrás (quando as estatísticas começaram a ser organizadas e disponibilizadas), o Piauí era – de longe – o patinho feio da nação.

Ou seja, se o Nordeste já se encontrava bem distante e atrasado em relação ao restante do país, o pobre Piauí estava bem distante dos outros Estados do Nordeste. Uma situação vexatória. E como estamos agora, 60 anos depois? Em resumo, o Nordeste – de uma forma geral – continua tão longe como antes, em relação à média nacional.

A distância da região em relação ao sudeste e a média nacional, continua constrangedora. E o Piauí? Cresceu bem mais acelerado do que os Estados nordestinos e hoje tem indicadores sociais e econômicos muito próximos da média nordestina. Não existem mais discrepâncias entre as condições de vida dos piauienses e dos nordestinos, de maneira geral. Se isto serve de consolo, os patinhos feios regionais passaram a ser Maranhão e Alagoas.

Mas, e agora Rafael?

O estudo realizado pela Seplan-PI, intitulado “Piauí 2050“ deixou claro que o nosso Estado tem cinco grandes oportunidades para crescer firme. Todas estas possibilidades, no entanto, têm suas peculiaridades e limites, mas são os atalhos com potencial para nos impulsionar rumo a um desenvolvimento mais sólido, rápido e justo.

Algumas destas “balas” foram discutidas durante a campanha eleitoral que se encerrou. Vamos a primeira delas: o agronegócio. O setor primário encontra-se em profunda crise no Nordeste. Salvo o agronegócio. Assim, as unidades federativas que tem o agronegócio (Bahia, Maranhão e Piauí) conseguiram escapar.

Nestas, o agronegócio mais do que compensou a queda da pequena agricultura e pecuária, graças ao cultivo da soja, milho e algodão. No Piauí isto é claríssimo.

Governador eleito Rafael Fonteles.Foto: Eduardo Amorim/Lupa1

Porém, nem tudo são flores nesta agricultura moderníssima. Há, pelo menos, dois importantes aspectos que tem de ser levados em consideração. Inicialmente, o impacto ambiental. Ou seja, tem de haver regras claras e limites para a expansão dos cultivos. A reveladora performance verificada em outros Estados brasileiros preocupa e deixa claro que cabe ao Estado preservar o interesse comum, o meio ambiente.

Também cabe ao setor público, “forçar” o surgimento de atividades industriais ligadas ao agronegócio que nos impeçam de sermos simples exportadores de bens primários. Isto não nos levará muito longe, nem irá gerar os empregos que necessitamos.

O agronegócio tem muito futuro. Mas exige atenção: seus frutos são abocanhados por poucos. E os prejuízos ambientais são de todos. Cabe ao Estado “arredondar” a questão. Em próximos artigos, discutiremos as demais balas de prata.

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