Política

Motoristas, ex-procuradores e empresários foram ouvidos na CPI

Entenda o que foi debatido na última semana na CPI do Transporte Público

25 de junho de 2021 às 13:31
4 min de leitura

Nesta última quinta-feira (24) a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Público ouviu os representantes da empresa Timon City. O empresário Ramon Alves de Sousa foi o primeiro a depor na CPI dos Transportes, responsável pelo Sistema de Integração do Transporte de Teresina (SITT) e do Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut).

Para o empresário, a tarifa deve ser oscilante, de acordo com os custos do sistema. Já o sistema de bilhetagem eletrônica deveria ser feito pelo poder público ou por uma empresa para não haver reserva de mercado. Ele também responsabilizou o poder público e os empresários pelo caos no sistema de transporte público.

O segundo a depor foi Alberlan Sousa, representante do Sistema de Integração do Transporte de Teresina (SITT), reagindo às declarações de Ramon Alves, afirmando que as empresas não permitiriam o ingresso de uma empresa exterior.

Ele ainda defendeu a repactuação do sistema e disse que sem subsídios, o sistema não tem condições de se recuperar. O último a ser ouvido na oitiva foi o presidente do Setut, Marcelino Lopes, que resumiu os problemas do transporte coletivo à queda da demanda de passageiros após o surgimento da pandemia e afirmou que as empresas estão bancando o sistema, uma vez que não existe o apoio do poder público.

Vereador Dudu Borges durante CPI / Foto: DivulgaçãoCâmara Municipal de Teresina ( Jailson Soares )

Segundo o presidente da CPI, vereador Dudu Borges, “Hoje destaco questões colocadas pelo representante do SITT, que por exemplo, delegou todas as suas funções para o Setut. No entanto, o Setut operacionaliza a questão financeira, já a parte operacional quem faz e controla é o SITT. Também foi dito que eles não sabem o motivo de não ter o controle do quantitativo de ônibus alternativos. Ainda foi dito que existe uma blindagem para ingresso de novas empresas. São afirmações que precisam e serão investigadas”, afirmou.

Histórico

Na última terça-feira (22), a CPI havia dado prosseguimento aos depoimentos com os ex-procuradores do município e trabalhadores do sistema de transporte, que colocaram a necessidade de repactuação e até rompimento dos contratos de licitação.

Dos trabalhadores, o primeiro a ser ouvido foi o motorista da empresa Transcol, Renato Pacheco, que foi convidado à depor na CPI. Ele discorreu sobre as dificuldades dos trabalhadores do transporte público e alegou que são escravos dos patrões.

“A relação entre funcionários e empresários está muito desgastada. Somos escravos dos patrões, trabalhamos por diária e muitas vezes não recebemos o pagamento. A Justiça do Trabalho, que deveria nos proteger, está sendo omissa. Peço que investiguem tudo a fundo, inclusive o sistema de bilhetagem eletrônica, pois estou certo de que há irregularidades”, pontuou.

O último a depor foi o motorista Cláudio Gomes, da empresa Taguatur, “Estamos com FGTS atrasado há sete anos e férias vencidas. Dizem que a prefeitura tem um débito com o Setut e estamos com medo de que a dívida seja paga e logo depois o empresário alegue que quebrou e o trabalhador fique sem seus direitos, como aconteceu com a empresa Dois Irmãos”, contou.

CPI do Transporte Público / Foto: Divulgação Câmara Municipal de Teresina ( Jailson Soares )

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