Política

A tropa do cheque: R$ 135 milhões para Ciro Nogueira

Reportagem aponta que aliados de Bolsonaro na CPI da Pandemia tiveram milhões em recursos extras liberados pelo governo federal.

21 de junho de 2021 às 07:46
2 min de leitura

A defesa enfática do presidente Jair Bolsonaro feita por sete senadores membros da CPI da Pandemia não é de graça. Pelo contrário, tem um preço bem alto. É o que afirma a reportagem "A tropa do cheque", publicada na sexta-feira (18) pela revista Crusoé.

Capa da revista Crusoé (Foto: Reprodução/Crusoé)

Conforme a publicação, os sete senadores que compõem a tropa de choque de Jair Bolsonaro na CPI da Pandemia tiveram R$ 660 milhões em recursos do caixa federal liberados pelo Planalto para obras e projetos indicados por eles. Um sexto desse total tem origem em emendas individuais e de bancada e foi pago a partir da última semana de abril, quando a CPI iniciou oficialmente os trabalhos no Senado Federal.

O restante do dinheiro vem saindo do chamado orçamento paralelo, verba que, segundo diz a Crusoé, o governo federal tem usado para comprar apoio político no Congresso.

Na tropa do cheque está o senador piauiense Ciro Nogueira, presidente nacional do Progressistas e líder do Centrão. Além dele, integram o grupo os senadores Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), Marcos Rogério (DEM-RO), Luis Carlos Heinze (Progressistas-RS), Ângelo Coronel (PSD-BA), Jorginho Mello (PL-SC) e Izalci Lucas (PSDB-DF).

Ciro Nogueira é um dos membros da "tropa do cheque" (Foto: Pedro França/Agência Senado)

Segundo a reportagem da Crusoé, Ciro Nogueira teve R$ 135 milhões do chamado "orçamento paralelo" liberados pelo Governo Federal.

Também chamado de orçamento secreto e bolsolão, o orçamento paralelo são emendas parlamentares que somaram cerca de R$ 3 bilhões sem conhecimento dos órgãos de fiscalização e transparência pública. O dinheiro era direcionado para o Ministério do Desenvolvimento Regional e o governo definia os parlamentares aliados que seriam beneficiados com a verba extra.

Parte das emendas foi destinada à compra de equipamentos agrícolas e tratores. Segundo denúncias de políticos da oposição, o ganho do governo com o esquema é a sustentação política do presidente da República. A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), já cobrou explicações de Bolsonaro sobre o orçamento paralelo.

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