Polícia

Arimatéia foi preso acusado de mandar advogado cobrar vítima de extorsão

O jornalista é investigado pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Internet (DRCI), por suspeita de crime de cometer o crime.

07 de outubro de 2021 às 14:04
4 min de leitura

No começo da manhã desta quinta-feira (07) o jornalista Arimatéia Azevedo foi preso na sua casa, no bairro Todos os Santos, zona sudeste de Teresina. Além do jornalista, o advogado e ouvidor geral do município de São Raimundo Nonato, Rony Samuel de Negreiros Nunes também foi preso na cidade de Floriano.

Arimatéia Azevedo

Em nota a Polícia Civil cumpriu os mandatos deferidos pelo Poder Judiciário, após investigações realizadas pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Internet (DRCI), por suspeita de crime de extorsão.

No pedido de prisão preventiva, assinado pelo juiz Valdemir Ferreira Santos, a vítima alega ter recebido mensagens, nas quais Rony Samuel, que supostamente atuava a mando de Arimatéia, cobrava valores para fazer cessar publicações de notas de colunas jornalísticas do Portal AZ que atacavam a empresa da vítima.

No mesmo documento, a testemunha fornece seu celular, no qual mantém conversa com Rony Samuel. Em um print, é apresentada a nota publicada no Portal AZ e diz: ''Se ele não terminar de pagar o Rafael vai ser uma nota por dia até sexta-feira''.

Segundo o advogado de defesa do jornalista, um pedido de habeas corpus foi apresentado ao poder judiciário para revogar a prisão preventiva. Paulo Germano Aragão diz que Arimatéia Azevedo não tinha conhecimento da troca de mensagens entre o advogado Rony Samuel e o empresário que foi vítima, apontada pelas investigações como uma tentativa de extorsão.

Após a prisão, a defesa do jornalista emitiu uma nota de esclarecimento e negou envolvimento de Arimatéia e Rony Samuel. Confira:

Processo não aponta ligação do jornalista Arimatéia Azevedo ao suposto crime de extorsão

O jornalista Arimatéia Azevedo foi surpreendido pela decretação de sua prisão preventiva na manhã de hoje (07), por fatos que desconhece, e principalmente sem nenhuma relação entre a suposta causa e o seu efeito.

Pelo que se depreende, do material levado ao juízo da Central de Inquéritos, Arimatéia teria publicado uma notícia no mês de maio, que seria objeto de suposta extorsão contra um empresário do ramo de medicamentos.

Entretanto, não existem contatos, nenhuma ligação, ou mesmo qualquer recomendação ou palavra que permitam unir Arimatéia ao advogado que também foi preso. Não existe uma única passagem que faça aparecer Arimatéia como autor da tentativa do benefício indevido.

Resta ao advogado apontado no processo esclarecer se, em algum momento, ao repassar a notícia a Arimatéia, se assim aconteceu, afirmar ou negar se essa matéria teria sido encaminhada ao colunista do Portal AZ com o propósito de obter alguma vantagem, o que, se assim tiver acontecido, em nenhum momento terá sido a pedido, interesse ou motivação partida do jornalista Arimatéia Azevedo.

A própria investigação nada avança além desse ponto. O que comprova que a denúncia ou a matéria em si não pode ser o móvel do crime, porque, se assim o for, mais parece uma censura prévia à imprensa que denuncia ou questiona, o que passa bem longe de tentativas de práticas de ações não republicanas.


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