Prefeitura de Picos vai gastar mais de R$ 1,6 milhão por ano com aluguéis de imóveis; Veja cada um
Uma das principais críticas é o fato de secretarias importantes, como a de Educação, ainda não possuírem sede própria
Um Levantamento feito junto ao Tribunal de Contas do Estado pelo Lupa 1 revela que a Prefeitura de Picos, administrada pelo Prefeito Pabro Santos (MDB), já comprometeu R$ 1.645.880,16 por ano apenas com contratos de alugueres de imóveis. Os espaços alugados, com valores que variam de R$ 4.800,00 a R$ 302.500,00 abrigam repartições municipais, escolas, unidades de saúde, garagens e outros serviços públicos.
O número chama atenção não só pelo valor total, mas por alguns aspectos que geram estranheza. Uma das principais críticas é o fato de secretarias importantes, como a de Educação, ainda não possuírem sede própria, algo incomum para uma cidade do porte de Picos. A situação revela uma dependência estrutural do município em relação a imóveis privados ao longo dos anos, sobretudo pelo possível direcionamento político dos contratos, e o impacto causado diretamente no orçamento público.
Além disso, os valores pagos por imóveis com finalidades semelhantes, como no caso de três garagens para a frota de veículos da Saúde municipal, variam drasticamente. Segundo apuração do site Lupa 1, os contratos vão de R$ 14.400,00 a R$ 49.000,00 por ano, sem que haja uma justificativa clara para tais discrepâncias.
O gasto elevado com aluguéis também levanta questionamentos sobre a política de gestão patrimonial da prefeitura em todas as gestões anteriores, e se repetindo na atual, e a ausência de planejamento para aquisição ou construção de prédios próprios, o que poderia reduzir despesas futuras.
Confira os valores contratados, até o dia 20 de maio de 2025, de acordo com o Tribunal de Contas do Piauí:
Unidades de Saúde:
UBS do Bairro Paroquial – R$ 24.000,00
UBS Belinha Nunes – R$ 24.000,00
UBS do Povoado Carnaíbas – R$ 5.760,00
UBS do Povoado Curralinho – R$ 3.600,00
UBS do Bairro Centro – R$ 42.000,00
UBS do Bairro Morada Nova – R$ 42.000,00
UBS do Povoado Três Potes – R$ 7.000,00
UBS do Bairro Ipueiras (Anexo) – R$ 4.800,00
Centro Integrado de Saúde – R$ 302.500,00
Anexo da Secretaria de Saúde – R$ 40.000,00
CAPS II – R$ 36.000,00
Secretarias e Órgãos Públicos:
Secretaria Municipal de Educação – R$ 137.848,00
Secretaria de Trabalho e Assistência Social – R$ 31.200,00
Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) – R$ 31.680,00
Fundo Previdenciário Municipal – R$ 31.900,00
Junta Militar – R$ 22.000,00
Coordenação do Auxílio Brasil, Coordenadoria da Mulher e Conselho da Pessoa com Deficiência – R$ 14.544,00
Educação:
Escola Municipal Professora Otília Neiva de Moura Santos – R$ 252.000,00
Creche Municipal Vó Silvina – R$ 216.000,00
Escola Municipal Tia Lurdes – R$ 28.648,16
Infraestrutura e Logística:
Casa de apoio para motoristas de ambulância – R$ 6.000,00
Garagem dos veículos e ônibus escolares – R$ 231.000,00
Garagem da frota da Secretaria de Saúde –
• Unidade 1 – R$ 48.000,00
• Unidade 2 – R$ 14.400,00
• Unidade 3 – R$ 49.000,00
Total gasto previsto:R$ 1.645.880,16 por ano
O que diz a prefeitura
Procurada pelo Lupa 1, a prefeitura de Picos, através da Assessoria de Comunicação, informou que os valores condizem com a realidade da cidade, ao tempo em que afirmou que existem de construção e reativação de espaços que sejam de domínio municipal para alocação das pastas municipais. Confira a nota na íntegra:
Considerando os questionamentos feitos pelo veículo de comunicação Lupa 1, vale frisar que, se dividido o valor anual pelos meses do ano, chega-se a um valor que é o condizente com a realidade local, sendo Picos uma das cidades do Piauí com o valor imobiliário dos mais altos para aluguel, não fugindo, portanto, da realidade local.
Em relação a prédios próprios, a gestão ressalta que há projetos de construção e reativação de espaços que sejam de domínio municipal para alocação das pastas municipais, como a reforma do espaço que será o Centro Administrativo (onde serão alocadas as secretarias e coordenações).
Contudo, a gestão iniciou há cinco meses, prazo pequeno para execução de projetos tão grandes.