Jornalista denuncia falta de transparência da Prefeitura de Teresina
O jornalista tentou encontrar dados sobre quantidade, motivos de contratação e custos dos comissionados
A Prefeitura de Teresina voltou a ser alvo de críticas por sua postura no mínimo opaca diante de pedidos de informação sobre cargos comissionados.
Desta vez, a denúncia partiu do jornalista José Ribas Neto, que publicou uma matéria contundente questionando a demora e a falta de clareza da resposta enviada pela Secretaria Municipal de Administração (SEMA) a um requerimento feito com base na Lei de Acesso à Informação.
Na reportagem publicada no portal AZ, o jornalista expôs que o pedido de informação — protocolado no dia 8 de maio — foi respondido apenas no dia 30, ultrapassando o prazo legal de 20 dias.
Quando finalmente chegou, a resposta não trouxe os dados solicitados, mas apenas indicações genéricas de como o cidadão poderia tentar encontrá-los no Portal da Transparência.
Nenhum link direto foi fornecido, tampouco planilhas ou documentos organizados, o que fere não apenas o espírito da Lei nº 12.527/2011, mas também o princípio básico da transparência pública.
No Twitter, José Ribas Neto também se manifestou sobre o episódio, criticando o que chamou de resposta com “atraso, vaga e inútil ” da Prefeitura. Em uma das postagens, ele afirmou: “Transparência não é favor, SEMA”.
A crítica ganha repercussão nas redes sociais, por conta da seriedade do jornalista e pela busca de clareza sobre a estrutura de cargos de confiança — quem são, quanto ganham, onde estão lotados e com base em que critérios foram nomeados.
O caso evidencia um problema recorrente nas administrações públicas: o uso da burocracia como escudo contra a transparência. Ao dificultar o acesso a informações básicas sobre a gestão, a Prefeitura de Teresina se afasta de práticas democráticas e alimenta suspeitas de má gestão ou favorecimento político.
A conduta da SEMA também levanta questionamentos sobre a eficácia dos mecanismos de controle social no município.
Embora, como salientou o jornalista, a Lei de Acesso à Informação preveja o fornecimento de dados por links públicos quando disponíveis, essa alternativa só é legítima quando as informações estão claramente organizadas, acessíveis e compreensíveis, o que não se verificou neste caso.