2 milhões de mulheres não trabalham para cuidar de fazeres domésticos no Brasil, diz IBGE
Dados mostram que mais de 10,9 milhões de jovens entre 15 e 29 anos não estudavam ou trabalhavam em 2022, sendo a maioria mulheres pardas e negras.
Em 2022, 2 milhões de mulheres não trabalhavam, nem estudavam no Brasil. O principal motivo estava relacionado aos cuidados de parentes e com os afazeres domésticos. É o que apontam os dados da Síntese de Indicadores Sociais, divulgados nesta quarta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o estudo, no ano passado 10,9 milhões de jovens entre 15 e 29 anos não estudavam ou tinham qualquer outra ocupação. Desse total, 4,7 milhões (43,3%), eram mulheres pretas ou pardas, enquanto brancas somavam 2,2 milhões (20,1%).
A pesquisa também mostrou que dos 356 homens jovens, 420 mil relataram que o principal motivo para não estarem trabalhando eram problemas relacionados à saúde.
Educação
Do total de 10,9 milhões de jovens que não estudam e não estão ocupados, 14,8% estavam em situação de extrema pobreza, com renda per capitade R$ 185 mensais.
Os dados do módulo anual de educação da PNAD Contínua indicam que, de 2019 a 2022, o único grupo etário que manteve sua frequência escolar em trajetória de crescimento foi o de 15 a 17 anos, passando de 89,0% para 92,2%, mas abaixo da Meta 3 do Plano Nacional de Educação (PNE).
41,5% das pessoas de 25 a 64 anos não haviam concluído o Ensino Médio obrigatória em 2022, colocando o Brasil com um percentual de pessoas sem escolaridade básica acima dos países latino-americanos como Colômbia (37,9%), Argentina (33,5%) e Chile (28,0%).
No entanto, se comparado ao grupo de 25 a 34 anos, o Brasil continuava, em 2022, com um percentual duas vezes maior do que a da média dos países da OCDE em 2021, com 28,6% em comparação com 14,2% para a média da Organização para a Cooperação e desenvolvimento Econômico (OCDE).