Piauí em números

Inflação da construção civil no PI fica em 0,4% em agosto, mas custo do m² é um dos menores do país

Piauí tem se destacado até aqui, principalmente no que se refere a economia para quem vai construir.

19 de setembro de 2023 às 17:28
5 min de leitura

A construção civil está voltando com tudo esse ano, depois de enfrentar uma grande paralisação no auge da pandemia da Covid-19. Não à toa, é o segundo setor que mais está abrindo novas vagas de empregos formais esse ano, ficando atrás apenas de Serviços. E tudo isso tem movimentado vários mercados, como de cimento, tijolos, telhas, ferro e outros materiais. Mas, mesmo com a forte retomada, a inflação no setor continua controlada.

Obras - Foto: Ascom

E o Piauí tem se destacado até aqui, principalmente no que se refere a economia para quem vai construir. Pelo menos é o que indica os dados mais recentes do IBGE sobre Sinapi, que é o Índice Nacional da Construção Civil. A pesquisa, que é feita em parceria com a Caixa Econômica Federal, revelou que, no mês de agosto, o Estado aparece no top três do metro quadrado mais barato do país. O custo médio piauiense ficou em R$ 1.565,79.

Foi na verdade o terceiro menor do Brasil. Apenas Sergipe e Alagoas estão abaixo, ambos com valores do metro quadrado abaixo de R$ 1.531,00. A média nacional do metro quadrado fechou o mês passado em R$ 1.713,52, ou seja, pouco mais de R$ 147 acima do valor cobrado pelo mercado da construção civil no Piauí. Até a média nordestina é quase 20 reais superior à piauiense, fechando o preço do metro quadrado em R$ 1.592,25.

Obras de melhoria viária Foto: Divulgação/ Prefeitura de Esperantina

No entanto, ter um dos metro quadrado mais barato do país traz consequência, como alta na inflação do setor, tendo em vista a grande procura. E isso é mostrado na mesma pesquisa do IBGE, que apontou uma inflação do setor piauiense em 0,4% em agosto e de 1,5%, no ano. O índice é o quinto maior do país e acima da taxa nacional que fechou em 0,18%. Isso aponta para uma alta no preço do metro quadrado nos próximos meses.

Em âmbito nacional, o Sinapi apresentou variação de 0,18% em agosto. A taxa é 0,05 ponto percentual menor do que o índice registrado em julho (0,23%). O resultado sofreu influência do aumento da mão de obra, que subiu 0,64%. Com isso, o acumulado do índice nos últimos 12 meses é de 3,11%, abaixo dos 3,52% verificados nos 12 meses imediatamente anteriores. O índice de agosto de 2022 foi de 0,58%.

Obras de calçamento em Teresina - Foto: Divulgação/ Governo do Piauí

“Em agosto a parcela dos materiais voltou a apresentar queda, sendo o quarto mês a apresentar deflação no ano de 2023 – janeiro, maio, junho e agosto - dessa vez de 0,14%, ficando 0,15 ponto percentual abaixo da taxa registrada em julho, que estava próxima da estabilidade”, explica Augusto Oliveira, gerente da pesquisa. Na comparação com agosto do ano passado (0,69%), a parcela de materiais mostrou retração de 0,83 ponto percentuall.

“Com acordos coletivos firmados em alguns estados, a mão de obra teve taxa de 0,64%, 0,11 ponto porcentual acima do que foi observado em julho”, acrescenta Augusto. Em relação a agosto de 2022 (0,42%), houve alta de 0,22 ponto percentual.

O custo nacional da construção, por metro quadrado, apresentou aumento em relação a julho, quando foi de 1.710,37, e chegou a R$ 1.713,52 em agosto, dos quais R$ 1.000,42 relativos aos materiais e R$ 713,10 à mão de obra.

O Mato Grosso do Sul (2,37%) foi o estado que registrou a maior taxa em agosto, em consequência do reajuste observado nas categorias profissionais e aumento na parcela dos materiais. Em seguida vieram Paraná (2,30%) e Rio Grande do Sul (1,44%), também influenciados pelos acordos coletivos firmados.

O Sinapi, uma produção conjunta do IBGE e da Caixa, tem por objetivo a produção de séries mensais de custos e dies para o setor habitacional, e de séries mensais de salários medianos de mão de obra e preços medianos de materiais, máquinas e equipamentos e serviços da construção para os setores de saneamento básico, infraestrutura e habitação.

As estatísticas do Sinapi são fundamentais na programação de investimentos, sobretudo para o setor público. Os preços e custos auxiliam na elaboração, análise e avaliação de orçamentos, enquanto os índices possibilitam a atualização dos valores das despesas nos contratos e orçamentos.

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