Júlio Chaves

Museus e galerias de arte

Dentro dessas instituições devem possuir profissionais como museólogos e curadores e na sua concepção é necessário arquitetos e designers capacitados.

07 de julho de 2022 às 09:13
8 min de leitura

Teresina está crescendo culturalmente a cada ano, e hoje possuímos assim como grandes capitais, museus, e algumas galerias de arte. Mas como os principais museus e galerias do mundo são planejados e como os profissionais conservam seus acervos?

Dentro de tais instituições devem possuir profissionais como museólogos e curadores e na sua concepção é necessário arquitetos e designers capacitados em seu planejamento, desde a sua organização até a forma como serão iluminados, cabendo ao Lighting Designer projetar a luz correta para cada ambiente e obra de arte.

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Os museus procuram revelar a história humana desde a sua evolução através de utensílios arqueológicos encontrados na pré-história até a invenção da escrita. O homem a partir de seu surgimento na terra vem elaborando tecnologias para sua sobrevivência.

Portanto, o papel do museu é revelar às pessoas de uma forma didática a compreensão da evolução e conquistas da humanidade. Tem também como papel mostrar como nossos ancestrais evoluíram nas belas artes, além das pequenas e grandes invenções, que serviram tanto para sobrevivência em tempos remotos, como para sua evolução como espécie.

Atualmente, qualquer objeto material, qualquer espaço, prática social e qualquer tipo de conhecimento pode ser identificado, celebrado ou contestado como “patrimônio” por um ou mais grupos sociais.

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Os patrimônios materiais ou imateriais expressam ou representam a identidade de grupos dentro de uma sociedade. A própria arquitetura, assim como uma culinária de uma região, uma forma de artesanato ou manifestações musicais, podem ser identificados como patrimônio cultural na medida em que é reconhecido por um grupo, como algo que lhe é próprio, associado à sua história e, portanto, capaz de definir sua identidade. A preservação e a luta pelo reconhecimento público desses patrimônios significam lutar pela própria existência e permanência social e cultural destes.

Os museus permitem que as comunidades participem, de formas diversas, dos processos de educação e formação, lhes garantindo valores culturais próprios de seu cotidiano e aprendizagem com base no repertório regional e local.

Os museus são responsáveis pelo patrimônio cultural de uma sociedade. Nestas instituições devem existir setores encarregados pelas estratégias e coordenação, e ter como responsabilidade principal a proteção e a valorização deste patrimônio, assim como prover os recursos humanos, físicos e financeiros necessários para sua permanência.

Os órgãos administrativos responsáveis devem assegurar instalações e um ambiente adequado para sua preservação pois todo o seu acervo deve estar disponível a todos e possuir normas apropriadas para assegurar a acessibilidade destes.

O profissional dos museus tem a responsabilidade de preservar todo o seu acervo, a partir do seu manuseio, até a forma como será exposto, além de promover um ambiente adequado, desde a climatização até a correta iluminação, que se usada inadequadamente pode danificar os materiais em questão.

Os museus devem auxiliar as comunidades na compreensão de todas as conquistas da humanidade, além de mostrar a evolução das belas artes durante a história, que contribuiu significativamente para compreensão da sociedade contemporânea.

Tanto os museus quanto as galerias tem a função de levar à sociedade as diversas formas de arte, que podem ser manifestadas através de pinturas, esculturas, mobiliário, fotografia e valorizar cada artista individualmente. Portanto, para se preservar um acervo ou se expor uma obra de arte, deve-se ter conhecimento de todo o material a ser exporto, além do artista em questão e de seus processos criativos.

O ICOM, define a museologia como “a ciência aplicada ao museu e que estuda a sua história, seu papel na sociedade, a pesquisa, a conservação, a educação, a arquitetura, os locais e a tipologia”.

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Os museus de arte contém obras com valores históricos, onde há a necessidade de catalogar e conservar cada peça por meio de pessoas altamente qualificadas, como um museólogo e um curador. As galerias não são consideradas museus, pois as obras ali expostas possuem uma permanência mais efêmera e dinâmica, visto que as peças estão à venda.

Neste caso, deve-se expor através de uma percepção e uma sensibilidade estética, pois uma exposição deve prender a atenção do visitante e valorizar de forma intrínseca cada peça. Isso deve ser feito através da correta iluminação para que a percepção das obras de arte através do observador alcance o objetivo desejado pelo artista, e para isso o iluminador junto ao curador deve conhecer a história, o material e o conceito da obra para que a luz não interfira de forma negativa no trabalho do artista.

Se for feita de uma forma inadequada, poderá ter um efeito negativo também com relação a deterioração da obra.

Deve-se destacar cada peça, criando uma atmosfera de luz que as valorize , seja através de luz e sombra, seja através de uma luz mais de destaque ou de forma homogenia, e ao mesmo tempo iluminar a circulação de uma forma mais difusa para gerar segurança. O próprio ICOM, conselho internacional de museus, sugere um estudo antecipado para a iluminação dos materiais, se são de origem orgânica ou inorgânica, por exemplo. Esses critérios de iluminar seguem questões tanto objetivas quanto subjetivas.

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O objetivo principal da iluminação em uma galeria de arte, por exemplo, é fazer com que o visitante se conecte às obras ali expostas e que se sinta estimulado a comprar uma determinada peça desejada e a voltar mais vezes a tais galerias.

Algo bastante significativo e que deve ser entendido pelo profissional é que a luz possui um comportamento dual, se comportando como onda e em determinadas ocasiões como partícula, e entender também a faixa do espectro luminoso visível que está entre as radiações UV e infravermelho. O espectro ultravioleta causa danos em algumas obras de arte, como o desbotamento, e as infravermelhas por produzir calor, provocam rachaduras.

Os estudos mostram que no espectro eletromagnético, quanto menor for o comprimento de onda, maior é a potência energética desta radiação, e, portanto, maior será os danos em materiais de origem orgânica. Portanto o profissional deve estar atento a intensidade de luz, ao espectro luminoso, as temperaturas de cor, potências adequadas, aos graus de ofuscamento, bem como a versatilidade das luminárias além de diversos outros fatores técnicos e subjetivos para se iluminar uma obra de arte.

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