Júlio Chaves

Apropriação dos espaços urbanos pela sociedade

Teresina possui diversas praças e bosques, mas que em sua maioria se tornaram espaços vazios e sem vida.

03 de julho de 2023 às 09:13
4 min de leitura

Teresina possui diversas praças e bosques, mas que em sua maioria se tornaram espaços vazios e sem vida.Mas como estes espaços podem se tornar mais atrativos evidenciando assim a saúde e bem-estar de seus ocupantes?

Os espaços urbanos se bem planejados atraem pessoas e por consequência se tornam locais cheios de vitalidade, trazendo assim mais segurança e um maior desenvolvimento econômico por parte das comunidades que habitam seus entornos.

A morfologia urbana deve possuir em sua composição elementos que torne a cidade mais atrativa, como ruas, parques, bosques e praças. Estes elementos devem ser pensados de acordo com cada comunidade, atendendo através de estudos antecipados as suas necessidades, desejos e estilo de vida.

Diante de um novo cenário global, das diversidades culturais e comportamentais, o urbanismo deve ser pensado de uma forma mais inclusiva, segura e que possa acolher a todos, pois os desenhos urbanos causam determinados impactos que podem ser positivos ou negativos e muitas vezes irreversíveis.

Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS)

A organização das nações unidas apresenta 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), em que na ODS 11 são abordadas questões relacionadasainclusão urbana, buscando criar cidades que sejam mais igualitárias, seguras, sustentáveis e acolhedoras para todos os seus habitantes, e isso pode ser feito com uma maior participação das comunidades nas decisões que irão afetá-las direta ou indiretamente.

Dentro das ciências urbanas, o empirismo é essencial em seu planejamento além de estudos e pesquisas que devem ser feitos por profissionais capacitados e a partir de dados investigativos sobre a escala humana e a forma como as pessoas irão se apropriar deles por meio de uma distribuição de todos os elementos que irão constituí-lo.

Estes espaços têm o poder de estimular na sociedade diversas manifestações, como as artísticas, e culturais, além de contribuir para as interações e conexões entre seus ocupantes.

Um exemplo está na prefeitura de Copenhage que publicou em 2009 um documento baseado nas teorias do urbanista Jan Gehl intitulado“A metropolis for people”ou em português, “Uma Metrópole para as Pessoas”, onde se procura trabalhar os espaços urbanos a partir de experiências sensoriais, e isso pode ser feito através de intervenções paisagísticas, ou artísticas, por exemplo, além do estímulo do comércio local.

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Praça em Copenhage.

A autora estadunidense em seu clássico, Morte e Vida das Grandes Cidades, Jane Jacobs, defende que a vitalidade das cidades depende destas interações, tornando estes espaços mais vibrantes e atrativos, e para que isso possa ocorrer deve haver conforto, acessibilidade e segurança, sendo importantes fatores para a apropriação e humanização dos espaços. Já outros autores de urbanismo enfatizam a importância da observação e estudo do comportamento humano na hora do planejamento urbano.

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Praça Osório em Curitiba.

No BairroMorada do Sol, emTeresinatemos diversas praças, que sofreram ao longo do tempo intervenções e que continuam em sua maioria espaços sem vitalidade, mas que deveriam ser palco de festivais, feiras, manifestações artísticas e locais para práticas de atividades físicas.

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Bosque localizado na Morada do Sol. Foto: Júlio Chaves/Lupa1

Portanto deve haver uma participação mais ativa dos cidadãos no processo de planejamento urbano, buscando criar assim espaços que atendam às suas necessidades e estimulem a vida em comunidade.

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