Thiago Trindade

Segurança pública: o que está acontecendo para os delegados do Piauí considerarem paralisar?

A falta de compromisso no cumprimento de decisões judiciais deixa a categoria indignada

10 de fevereiro de 2022 às 18:45
5 min de leitura

Que a segurança pública é um dever do Estado todos nós sabemos. Mas, infelizmente, isso não vem sendo cumprido com excelência. Não coloco aqui esse peso nos servidores, muito pelo contrário, é o efetivo das policias militar e civil que mesmo sendo abaixo do necessário, consegue fazer do limão, uma limonada.

Já o Governo do Estado vem deixando a desejar e muito no quesito segurança pública. Para a população isso já é uma certeza, porém chega ao seu estopim quando os próprios delegados se mostram insatisfeitos com o serviço que está sendo prestado ao povo.

A categoria sinalizou nesta quarta (09) que existe a possibilidade de uma paralisação caso as demandas exigidas não sejam atendidas. Você deve imaginar que para delegados e servidores da segurança do estado chegarem ao ponto de considerarem parar as atividades, a situação está realmente crítica.

O gatilho para a indignação dos delegados foi a falta de compromisso do Estado em não cumprir decisões judiciais, além do mais, durante o mês de abril do ano passado apenas 10% de aumento do salário foram repassados, enquanto outros servidores que permaneciam em home office tiveram aumento de 12% já em janeiro deste ano.

Segundo Higgo Martins, presidente do SINDEPOL-PI, os delegados e delegadas de polícia decidiram permanecer mobilizados até que o governo do Estado do Piauí atenda as reinvindicações da categoria.

"Buscamos melhores condições de trabalho, para que assim possamos atender com mais prontidão a sociedade. Dessa forma, podemos oferecer um serviço de qualidade a qualquer cidadão que procure uma unidade policial para registrar a sua ocorrência" Reforça.

Presidente da Sindepol, delegado Higgo Martins Junior Santos / Lupa1

Além disso, também é relatado a falta de condições adequadas para exercer o ofício. Algumas delegacias encontram-se em estado precário, e apresentam problemas estruturais que podem pôr a saúde dos agentes em risco.

Telhado de delegacia no Piauí prestes a ceder

Afinal, quem gostaria de trabalhar em um prédio que contém mofo, infiltrações e que pode ceder a qualquer momento? O termo mais adequado para descrever essa situação, é o descaso.

Claramente, essa paralisação possui precedentes. Em outras capitais, como Natal, servidores e escrivães já aderiram a paralisação e as portas das delegacias, já foram fechadas. O que demonstra, que a falta de respeito com a categoria não é apenas um caso isolado do Piauí.

Deveríamos seguir o exemplo de Minas Gerais, que é considerado o Estado mais seguro do Brasil, de acordo com dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp) e do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), já no Ceará, nosso estado vizinho, a estrutura das delegacias é de se admirar. Elas seguem o modelo padrão de delegacias do Governo do Estado e oferecem mais conforto e funcionalidade para policiais e para população, sendo assim impossíveis de serem comparadas com alguma delegacia do Piauí.

Assim, o segredo para conseguir a excelência na segurança pública, é bem simples, a combinação entre forças tarefas da polícia militar, civil e rodoviária, porém para isso acontecer, é necessário o devido investimento e a valorização a esses profissionais que diariamente, deixam suas casas e famílias, para promover ordem na sociedade.

Delegacias no Ceará: estrutura do Estado vizinho é de dar inveja a qualquer piauiense.

O que podemos esperar é que em breve um acordo justo seja feito. Dessa forma, acrescento que o mínimo que aqueles que arriscam suas vidas todos os dias pela segurança da população merecem, é o respeito.

Eles e o nosso povo.

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