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Entre percepções e dados: O Mercado Médico Brasileiro

07 de novembro de 2023 às 15:20
3 min de leitura

Hoje, abordaremos um tema frequentemente envolto em controvérsias. No universo médico, é comum ouvirmos comentários sobre as dificuldades enfrentadas no mercado, com a crescente desafio de ganhar dinheiro. Por outro lado, na perspectiva de pessoas de outras profissões, os médicos são frequentemente vistos como uma categoria privilegiada, desfrutando de salários elevados e ampla disponibilidade de empregos.

Recentemente, um estudo intitulado "Demografia Médica no Brasil 2023," coordenado por Mário Scheffer da FMUSP, ofereceu insights concretos sobre essa situação. Vamos agora explorar os gráficos e suas conclusões, analisando também as variações regionais.

O Brasil alcançou 2,6 médicos por 1.000 habitantes em 2023 A evolução do número de médicos no Brasil ao longo do tempo pode ser medida por meio de três indicadores: taxa de crescimento de médicos, taxa de crescimento da população geral e razão de médicos por 1.000 habitantes. Foram considerados dados da série histórica entre 1980 e 2022, assim como a estimativa do IBGE referente ao ano.

A diferença observada entre as taxas de crescimento de médicos e da população geral representaum aumento constante na razão médico/habitante. A estimativa é que o Brasil chegue em 2025 com taxa de 2,91 médicos por 1.000 habitantes, quase três vezes maior que a taxa de 1980 (0,94 médico por 1.000 habitantes), e acima da taxa de 2015, que era de 2 médicos por 1.000 habitantes.

CONCENTRAÇÃO E DISPERSÃO GEOGRÁFICA

Para esta análise foi considerado corte temporal em junho de 2022, quando o Brasil contava com 514.215 médicos (584.121 registros). A razão de médicos por 1.000 habitantes no país como um todo era de 2,41, com grande variação regional.

Dos 27 estados, 11 apresentam razão de médicos por 1.000 habitantes acima da taxa nacional (2,41) e, 16 estados.

Entre as capitais dos estados, Vitória (ES), com 14,49 médicos por 1.000 habitantes, apresenta maior densidade, seguida por Florianópolis (SC), com 12,21 e Porto Alegre (RS), com 10,24. No outro extremo, Macapá (AP), Rio Branco (AC) e Boa Vista (RR) têm as menores concentrações de médicos por habitante entre as capitais.

CONCLUSÕES:

- O mercado para os médicos vem realmente diminuindo, pois vem se formando médicos mais rápidos que o crescimento da população.

- As regiões norte e nordeste ainda tem números de crescimento abaixo da média e, portanto, são as com mais oportunidades para os profissionais da medicina.

Link do estudo completo: https://amb.org.br/wp-content/uploads/2023/02/DemografiaMedica2023_8fev-1.pdf

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