Piauí em números

Um em cada 3 mil piauienses não tem onde morar, vivem nas ruas, aponta pesquisa

De acordo com o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania 236.400 brasileiros vivendo em situação de rua.

16 de setembro de 2023 às 18:02
4 min de leitura

Miguel Leão, distante 100 km ao sul de Teresina, é o município menos populoso do Piauí e os 20 menores do país. Lá, segundo o Censo do IBGE, divulgado esse ano, vivem pouco mais de 1,3 mil pessoas. Agora, faça o exercício de imaginar toda essa população, ou pelo 87% dela, morando nas ruas. Imaginou? Pois então, esse é o número de pessoas vivendo em situação de rua no Estado. O número exato é 1.146 pessoas vivendo nas ruas de todo o Piauí.

Pessoa em situação de rua - Foto: Reprodução/Pixabay

O número piauiense equivale a média de um em cada três mil pessoas que vive nessa condição, bem abaixo, porém, no índice nacional que ficou em um para cada mil habitantes. Todo esse diagnóstico está no Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania que divulgou, essa semana, a pesquisa: “População em situação de rua: diagnóstico com base nos dados e informações disponíveis em registro administrativo e sistemas do Governo Federal”.


Os dados são estimados -- o relatório foi feito a partir das bases de dados dos programas de assistência social e da saúde como o Cadastro Único e o Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica. Para o ministério, os dados destes cadastros podem apresentar problemas. A base do calculo é 2022 e o total piauiense equivale a 0,5% da população brasileira, que está nesta condição. São exatos 236.400 brasileiros vivendo nas ruas do país.

Dados sobre população em situação de rua no país - Foto: Reprodução


O documento do Ministério aponta que, do total de mais de 236 mil pessoas vivendo nas ruas das cidades brasileiras, 62% estão na região Sudeste, sendo o Distrito Federal a unidade federativa com maior percentual, 3 entre mil pessoas vivendo nas ruas. O perfil dessa população é majoritariamente composto por homens (87%), adultos (55%) e negros (68%). São Paulo com mais de 95 mil pessoas morando nas ruas, lidera em números absolutos.

Em relação às violações de direitos humanos, o estudo revela que homens negros e jovens correspondem às principais vítimas desse tipo de violência. Pessoas pardas (55%) e pretas (14%) somam 69% das vítimas e a faixa etária mais atingida é de 20 a 29 anos (26%), seguida dos 30 a 39 anos (25%). Quanto ao tipo de violência, 88% das notificações, de 2022, envolviam violência física, sendo a violência psicológica a segunda mais frequente (14%).

A violência atinge especialmente as mulheres em situação de rua. Apesar delas representarem apenas 13% desta população, elas são vítimas de 4 em cada 10 casos de violência. A identidade de gênero mais frequente entre as vítimas que preencheram a informação em seus cadastros é a de mulheres transexuais. O estudo identificou ainda uma predominância de agressões contra pessoas pretas e pardas (69%), com mais da metade (51%) tendo como vítimas pessoas com entre 20 e 39 anos. As crianças e adolescentes entre 10 e 19 anos representaram 14% das vítimas, e os idosos, 6%.

As informações constantes do documento tiveram como base de dados informações coletadas por parte da Assistência Social, do Cadastro Único (CadÚnico) e do Registro Mensal de Atendimentos (RMA), relacionado à Saúde o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) e o Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB).

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