Coluna Letras da Política

Vitória de Avelino mantém hegemonia da família Neiva em Porto Alegre do Piauí

Grupo político está no poder desde a emancipação do município, ocorrida na década de 1990.

09 de outubro de 2024 às 10:53
6 min de leitura

A vitória do economista Avelino Neiva (Progressistas) para prefeito de Porto Alegre do Piauí, no Sul do estado, mantém a continuidade de uma hegemonia política da família que já dura quase 30 anos. Na eleição de domingo (6), Avelino derrotou Dr. João Carlos (PT) na disputa pela prefeitura.

Ele teve 61,25% dos votos válidos contra 38,75% do candidato do PT, que tinha o apoio do governador Rafael Fonteles. Foi a oitava vitória consecutiva do grupo político dos Neivas na pequena cidade. A família comanda a prefeitura local desde a emancipação do município.

Início da hegemonia

Gustavo Neiva, hoje deputado estadual no quarto mandato, foi o primeiro prefeito (Foto: Arquivo Pessoal)

O primeiro prefeito de Porto Alegre do Piauí, eleito em 1996, foi Gustavo Neiva, filho de Avelino Neiva e hoje deputado estadual pelo Progressistas. Gustavo foi reeleito em 2000 e exerceu dois mandatos de prefeito.

Com o término dos dois mandatos de Gustavo Neiva, a família elegeu em 2004 Márcio Neiva, primo de Gustavo. Márcio foi reeleito em 2008. Até ali, eram 16 anos de hegemonia política.

Em 2012, o grupo dos Neivas lançou um aliado político como candidato a prefeito. Manoel Tunda, que tinha sido vice-prefeito de Márcio Neiva, foi eleito prefeito da cidade. Tunda exerceu apenas um mandato.

Nas eleições de 2016 e 2020, Márcio Neiva voltou a ser eleito prefeito e garantiu mais dois mandatos seguidos.

O líder maior

Na imagem, Gustavo Neiva, Avelino Neiva e o atual prefeito Márcio Neiva (Reprodução/Instagram)

Nas eleições deste ano, o grupo decidiu apostar no líder maior da família. Com 81 anos, Avelino foi o nome escolhido para garantir a continuidade da hegemonia política por pelo menos mais quatro anos.

Ajudou a criar

A vitória de Avelino é carregada de simbolismos. Ele foi o grande responsável pela emancipação do município e nas últimas décadas ocupou postos de destaque na cena administrativa estadual. Foi secretário de estado e presidente nacional da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

Avelino sempre foi um "conselheiro maior" do grupo, o patriarca. Agora, decidiu, ele mesmo, disputar a prefeitura de Porto Alegre do Piauí. Quando terminar o mandato em 2028, a família completará 32 anos no poder.

OUTROS ASSUNTOS

| Tristeza do doutor

O médico Paulo Márcio, do MDB (Foto: Lupa1)

Em entrevista à TV Cidade Verde na manhã desta quarta-feira (9), o vice-governador Themístocles Filho (MDB) comentou a derrota de Fábio Novo (PT) na eleição de Teresina e revelou que o candidato a vice Paulo Márcio "ainda hoje está triste". Experiente na política, Themístocles disse que consolou o médico pedindo para ele levantar a cabeça. "O Paulo Márcio é um cidadão, um médico nota 10, que ainda hoje está triste. Eu disse a ele: 'homem de Deus, levanta a cabeça. Tu tem aí um futuro grande pela frente na medicina, na política'. A vida é desse jeito", contou.

Outro aliado triste

Na mesma entrevista, Themístocles falou ainda sobre o vereador e seu amigo pessoal Zé Nito (MDB), que não conseguiu ser reeleito. Themístocles disse que foi visitar Zé Nito e revelou que ele está magoado e chorando. "Eu conheço alguns amigos que perderam. Um deles eu fui visitar, meu amigo Zé Nito. Está magoado, chorando. Magoado que estou dizendo é porque pesa, quem perde eleição pesa. Mas eu disse para ele que tem um amigo do lado dele, perdendo ou ganhando".

| Vaga na Câmara

Vereador eleito João Pereira (Reprodução/TV Lupa1)

O petista João Pereira é a grande novidade do PT na Câmara Municipal de Teresina. Natural de José de Freitas e filiado antigo no partido, Pereira perseverou até conseguir conquistar uma cadeira no parlamento da capital. Embora seja petista histórico e membro dos diretórios do partido, João Pereira não possui o estilo "militante exagerado" como alguns dos seus companheiros. Sempre foi cauteloso ao falar de adversários e analisar disputas eleitorais, evitando colocar a paixão pelo PT acima da sensatez e da razão. É um bom quadro.

| Saiu muito menor

Deputada Bárbara (Foto: Andressa Martins/Lupa1)

O resultado da eleição em Teresina projetou alguns políticos e diminuiu outros. Entre os que saem do pleito muito menores do que entraram está a deputada estadual Bárbara do Firmino. Responsável pela adesão de maior impacto na campanha municipal, a filha do ex-prefeito Firmino abandonou de forma abrupta o grupo que seu pai sempre pertenceu e, para piorar, tentou justificar a adesão pintando um Firmino "amiguinho do PT". A manobra não funcionou e a deputada passou a ser rejeitada por muitos que votaram nela em 2022 por consideração à memória do pai. De grande promessa da política, Bárbara se transformou numa deputada que, muito provavelmente, terá sérias dificuldades de reeleger em 2026.

A OPINIÃO DOS NOSSOS COLUNISTAS NÃO REFLETE, NECESSARIAMENTE, A OPINIÃO DO PORTAL LUPA1 E DEMAIS VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO DO GRUPO LUPA1 .

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