Coluna Letras da Política

Gustavo Almeida

Vai e vem faz Dr. Hailton perder apoio dos Tapetys e do Karnak em Oeiras

Inconstância do pré-candidato, que era considerado favorito na eleição de Oeiras em 2024, fez aliados tomarem decisão.

30 de outubro de 2023 às 07:33
8 min de leitura

Em 2020, o médico Hailton Alves estreou na política de Oeiras como candidato a prefeito no grupo dos Tapetys, filiado ao MDB. Mesmo enfrentando o prefeito Zé Raimundo Sá (Progressistas), gestor bem avaliado e que concorria à reeleição, Hailton perdeu por apenas 43 votos, diferença muito pequena em um município que na época já beirava os 30 mil eleitores.

Hailton discursa em evento (Reprodução/Instagram)

Para 2024, a eleição de Hailton estava encaminhada. O grupo dos Tapetys, que já era forte, cresceu em relação a 2020 e o esquema político do atual prefeito Zé Raimundo sofreu baixas importantes. Além disso, o atual gestor não encontrou um nome competitivo – pelo menos até o momento – para sua sucessão na prefeitura da primeira capital.

Com todos esses fatores, Hailton Alves era dado como favorito.

Desistências em série

Médico conceituado, Hailton começou a incomodar o próprio grupo político com desistências repentinas da pré-candidatura. Por várias vezes, comunicou ao grupo que não iria mais concorrer, alegando que pretendia se dedicar apenas à profissão e aos negócios.

Ocorre que ele desistia, mas depois reaparecia dizendo que estava de volta com a pré-candidatura. Foram pelo menos três desistências. O comportamento pendular do médico começou a atrapalhar e aos poucos foi provocando insatisfação no tradicional clã dos Tapetys, que anda sedento para voltar ao poder depois de vários anos em Oeiras.

Desistências constantes de Dr. Hailton incomodaram o próprio grupo (Foto: Reprodução/Instagram)

Acordo / Ultimato

A desistência mais recente de Hailton aconteceu no dia 17 deste mês. Ele comunicou, por escrito, que estava saindo do páreo. Apesar da inconstância já característica, a decisão causou surpresa.

Ocorre que o grupo dos Tapetys havia feito um acordo – na verdade uma espécie de ultimato – com Hailton na desistência anterior. O governador Rafael Fonteles (PT) também participou do acordo. Ficou acertado que, se Hailton desistisse mais uma vez, não teria mais o apoio da família Tapety nem do governador, mesmo que resolvesse voltar.

Agora é tarde

Após a desistência do dia 17, Hailton ainda surpreendeu ao anunciar desfiliação do MDB. Contudo, o que parecia ser uma saída de vez do jogo trouxe mais surpresas: agora ele flerta com outros partidos para, adivinhem, disputar a eleição.

Um dos partidos é o Solidariedade, presidido no Piauí pelo deputado estadual Evaldo Gomes. A articulação é feita pelo deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa Franzé Silva (PT), que esteve em Oeiras semana passada.

Mas, embora Evaldo e Franzé sejam da base do governo estadual, Hailton não vai ter mais o apoio do Palácio de Karnak.

Hailton e Vanessa Tapety (Reprodução/Instagram)

Quis enquadrar Rafael

Fonte ouvida pela coluna contou que Hailton quis até "enquadrar" o governador Rafael Fonteles numa mensagem de WhatsApp. "De maneira insana e presunçosa, teve o desplante de 'enquadrar' o governador em mensagem de WhatsApp. Muito imaturo, amador. Descredencia-se a cada mancada. Uma tristeza!", disse a fonte.

Fora do MDB, e após quebrar o acordo com os Tapetys e o governador, Hailton perdeu as chances de ter o apoio do Karnak.

"O MDB, com o PT, terá candidato. Tinha um acordo [com o Hailton]. Se ele renunciasse à candidatura mais uma vez, não tinha mais o apoio. Acordo esse feito também com o governador", revelou outro expoente dos tupamaros, como são apelidados os Tapetys.

Nomes cotados

Ícaro, Vanessa e Mauro são os mais cotados

Com Hailton agora descartado dos planos dos Tapetys, o grupo avalia ao menos seis nomes para disputar a Prefeitura em 2024. São eles: Ícaro Carvalho, filho do ex-deputado federal Assis Carvalho; Vanessa Tapety, filha do ex-prefeito Tapety Neto; o ex-deputado estadual Mauro Tapety, o médico Angeline Tapety e os vereadores Beron e Gilmar.

Vanessa, Ícaro e Mauro são os mais prováveis.

⇨ OUTROS ASSUNTOS

| PSDB destratado

Luciano Nunes (Foto: Fábio Wellington/Lupa1)

O presidente regional do PSDB e pré-candidato a prefeito de Teresina, Luciano Nunes, confirmou, assim como antecipado em primeira mão por esta coluna na última sexta-feira, o racha com o ex-prefeito e também pré-candidato Sílvio Mendes (União). Luciano disse que o PSDB foi destratado por Sílvio e agora segue com candidatura própria.

"Houve quebra de acordo e o PSDB foi destratado pelo Sílvio", afirmou.

Nega adesão a Novo

Sobre rumores de que vai aderir ao pré-candidato Fábio Novo (PT), Luciano diz que seguirá como pré-candidato: "Seguimos firmes no projeto de candidatura própria. Sou pré-candidato".

Não é uma negativa contundente, incisiva, mas está negando.

| Apoio com firmeza

Kleber Montezuma (Foto: Gustavo Almeida/Lupa1)

Dos chamados "firministas" raiz, o professor e ex-secretário municipal Kleber Montezuma talvez seja o que mais defende publicamente que Sílvio Mendes (União Brasil) seja o candidato. Ontem, domingo (29), Montezuma publicou uma parte da entrevista que Sílvio concedeu na semana passada à Band Piauí (entrevista essa que irritou Luciano).

Na legenda, ele escreveu: "Sim! Pré-candidato a prefeito de Teresina. Teresina merece o melhor. Feliz 2024".

Último lançado por Firmino

Kleber Montezuma foi o candidato escolhido pelo então prefeito Firmino Filho (PSDB), na eleição municipal de 2020, e perdeu no 2º turno para o atual prefeito Dr. Pessoa (Republicanos). Klebão, o último candidato firminista, é Sílvio e não abre.

| Não vem que não tem

Deputado Evaldo Gomes (Foto: Laura Cardoso/Lupa1)

O deputado estadual Evaldo Gomes (Solidariedade) afirmou em entrevista ao Lupa1 que não adianta prefeitos que aderiram a partidos da base de Rafael Fonteles (PT) quererem a neutralidade do governador nas eleições do ano que vem em suas cidades. Na avaliação de Evaldo, essa jogada não vai colar. Segundo ele, quem votou no governador terá o apoio e quem era contra não terá.

Esperteza

Desde o ano passado, vários prefeitos que são ligados ao senador Ciro Nogueira (Progressistas) começaram a se debandar para partidos da base do governo, principalmente PSD e MDB. Os "espertinhos" sonham com a possibilidade de o governador ficar neutro nas eleições em suas cidades só porque eles agora estão em partidos da base.

A OPINIÃO DOS NOSSOS COLUNISTAS NÃO REFLETE, NECESSARIAMENTE, A OPINIÃO DO PORTAL LUPA1 E DEMAIS VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO DO GRUPO LUPA1 .

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